Resolvi dessa vez comentar sobre um curta-metragem que assisti na cadeira de Crítica de Cinema na Vila das Artes como ouvinte e, que muito me impressionou. O nome do curta é Cindy: The Doll is mine, dirigido por Bertrand Bonello, contando também com a participação da belíssima Asia Argento fazendo duas personagens. Permitam-me falar, impossível não se apaixonar por ela. Não deve ser a primeira vez que eu disse algo do tipo e com certeza nem será a última, relevem. O filme é baseado no trabalho da fotografa Cindy Sherman.
Todo o filme se desenrola na casa da fotografa e debruça-se na relação mantida entre ela e a modelo, ou seja, entre o olhar subjetivo do artista que quer se expressar e o objeto, o lugar da expressão. Primeiramente, a fotografa pede várias poses usuais para a modelo que se vê geralmente por ai em catálogos de moda, mas nada lhe agrada. Após breves momentos de silêncio a fotografa pede a modelo que chore, logo em seguida modelo pergunta o por quê disso e ela afirma que acha que isso a emocionaria. Essa parte é muito reveladora, se formos refletir, da feitura da arte, do momento em que se cria algo que produza sentimentos nos outros. Há quem não goste do termo arte, então chamemos de expressão individual de um agente social. Acabei de inventar isso. Deixando essa discussão de lado, a questão que filme aborda é justamente a relação intrínseca e amalgamada entre sujeito criativo (artista) e o objeto (obra) em que se é difícil perceber em que momento sútil os dois se separam ou em que interstício a obra ainda matem resquícios do autor.
Enquanto a modelo chora, borrando a sua maquiagem e desfazendo toda a sua artificialidade, ao mesmo tempo ela se torna mais humana, frágil e verdadeira. A fotografa consegue o que ansiava: sentimento. Enquanto a modelo chora, a fotografa se emociona e também começa a chorar, mostrando o quanto de autobiografia depositamos em tudo o que fazemos. As lágrimas pertencem tanto ao criador quando a criação.
Procurei o filme na integra, mas não encontrei, perdoe-me. Pelo menos, a parte clímax do filme consegui achar para vocês. Sintam toda a tensão e sentimento da cena, deixem-se levar. Não sei sobre vocês, mas esse olhar dela me mata...
Cindy: The doll is mine (2005)
(créditos a Luiza que achou na integra :*)
P.S: A música da banda Blonde Redhead também casa perfeitamente com o momento da cena, ajudando na produção de uma ambiente de tensão. Ai vai a letra para ajudar.
Genial esse curta! Adorei!
ResponderExcluirPra quem interessar, achei ele inteiro. Tá sem legenda, mas dá pra entender:
http://www.dailymotion.com/video/x3xdmg_cindy-the-doll-is-mine-by-bertrand_shortfilms
Valeu por ter achado Luiza! Lindo né?
ResponderExcluir:~ é aquela música que tu mandou de madrugada.
ResponderExcluirmaravilhoso curta, lindíssimo, a direção, o roteiro, tudo.