sábado, 29 de outubro de 2011

Frio na barriga.



Estômago foi um daqueles filmes, pelo menos no meu caso em particular, indicado por um amigo (Lucas) que respeito muito e que entende, perdoe-me a expressão: "pra caralho de filmes". Ele faz parte dos amigos de que eu invejo muito o conhecimento cinematográfico como o Victor, o Filipe, o Magão, a Taís, a Kelvia, o Sérgio, Cá e o Bruno.

Tenho certeza que muitos de vocês, assim como eu, achou o título estranho. Seria esse um filme de culinária? Bom, de certa forma pode-se dizer que sim. Melhor seria dizer que o filme é uma ode a gastronomia. Mas não só isso, ele aborda a condição estomacal de ser do homem. O quanto o estômago, um órgão que a primeira vista não merece lá muitas importâncias, condiciona e direciona totalmente as nossas vidas.

É ai que entra a história do humilde retirante Nonato (João Miguel) arribando para o sul em busca de oportunidades outras. Por puro acidente do destino ou como queiram chamar, ele começa a trabalhar na cozinha de um boteco beira de rodoviária. Logo se vê o seu dom para os dotes culinários e lugar passa a ser frequentadíssimo por várias pessoas, querendo provar a sua famosa coxinha de frango. É ainda ai que Nonato vai conhecer o seu grande amor e também, porque não dizer, a sua perdição também. Assim mesmo do jeitinho que as mulheres conseguem ser. O seu nome é Íria (Fabíula Nascimento), uma prostituta amante da boa cozinha.

A narrativa filme não foi construído de forma linear, dividindo-se em dois pólos. Fica-se alternando entre a prisão e o seu momento de aprendizado fora dela. Esses dois momentos vão convergir em um ponto só para ai ser revelado ao espectador qual o motivo da prisão de Nonato. A título de curiosidade, o filme foi inspirado em um conto chamado "Presos pelo Estômago" de Lusa Silvestre. O diretor dele foi Marcos Jorge já havia dirigido até então curtas-metragens e filmes publicitários. Viveu e estudou cinema na Itália durante a década de 90.

Estômago é um filme realmente muito bom, que da orgulho, pois é prata da casa. Que se não der um fome prazer de se assistir, pelo menos um frio na barriga dará.

Estômago (2007)



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