segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hoje o medo vira festa!


E aqui caímos hoje, exatamente, em uma daquelas datas lembradas por muitos apenas porque envolve festas, comes e bebes: o Haloween, ou, na versão portuguesa, Dia das Bruxas. E se envolve festas, é claro que não podemos deixar de lebrar de músicas que remetem à esse universo divertido de "terror, sangue e medo".
Primeiro, um Halloween não pode ser comemorado sem Thriller. O grande hit de Michael Jackson é homenagem especial aos zumbis.


Não se esquecendo dos fantasmas, temos a música tema do filme "Os caça-fantasmas", composta por Elmer Bernstein.


Se o lance é rock n´roll, o heavy metal de The Number of the beast, do Iron Maiden, não pode ficar de fora.


Mas se a intenção é "abrasileirar" o halloween, porque não investir em músicas que remetem ao nosso folclore?


Na última das opções, quem sabe em fim de festa ou já no início, a Xuxa sempre é uma solução pra animar o esqueleto!


Enfim, ficam aqui algumas dicas caso você queira realmente comemorar esse dia de hoje. Por via das dúvidas, fantasias e bebidas serão sempre a solução para qualquer Halloween! Só não esqueça de me chamar, é claro!

domingo, 30 de outubro de 2011

Hey! Teacher! Leave them kids alone!

Lembra do Castelo Ra-Tim-Bum? Então senta que lá vem a história. (Não, não tem nada a ver com o programa da Tv Cultura)

Gosto de estudar. Gosto mesmo. A leitura do que outras pessoas pensaram pode nos ser útil quando formos construir nossa própria imagem do mundo e a vida. Todas as formas de conhecimento tem algo válido a acrescentar. Exceto inglês, que eu acho uma língua tão prostituída. Aliás, falando nisso, eu fico meio, meio não, fico muito puto com qualquer tentativa de aliciamento do conhecimento. Conhecimento é um bem. Não pode ser tomado como uma prostituta, por exemplo, que se come e se paga sem ao menos saber seu nome, sua história, medos, esperanças. Sim, educação é a ponte que se atravessa a realidade até à liberdade, não um corpo que satisfaz seus desejos e frustrações. Inglês é uma língua prostituída porque o único objetivo que se tem para aprendê-la é para se fomentar o currículo, putz, tem tanto autor bom aí na língua inglesa e ninguém fala nada, Joyce, Hemingway, Kerouac, e ninguém fala nada de se aprender inglês como conhecimento. Só para currículo. Eu fico muito puto. Admito que a prostituição do Inglês foi feita por pessoas, e essa não é uma característica dessa língua. A maiorias das músicas que eu gosto estão em Inglês. Deixe-me explicar, por favor.

Tenho um desprezo intrínseco pelo dinheiro. E ficar tentando adaptar a própria realidade em busca de um bom currículo para conseguir dinheiro eu acho loucura. Desprezo mesmo. É só papel, caralho. Não te alimenta, não te dá vida, nem te faz respirar, não compra nada. Isso mesmo: dinheiro não compra nada. Mas Filipe, não é com dinheiro que as pessoas trocam as coisas que necessitam? Sim, é sim. Mas repito, em auto e bom som. Dinheiro não compra nada. Você que compra alguma coisa. Diferença. Dinheiro é muito importante sim. Quero, no futuro ter um bom emprego com o qual eu consiga tranqüilidade e segurança. Eu tenho dinheiro aqui na carteira, olhe, mas sei olhar para ele e dizer quem é o dono de quem. O que o dinheiro faz pelas pessoas não é nada comparado o que elas fazem pelo dinheiro. Tenho um certo nojo, portanto da educação que tem como objetivo o dinheiro. Não quero uma educação que não seja liberdade.

Quando eu me preparava para o vestibular, perguntei a um colega do colégio, qual seria seu curso escolhido: Direito. Pow, que bacana, mas o que tu pretende fazer na área do direito? Quero fazer concurso. Outra: Medicina, pra quê?, para assumir a clínica do meu pai. Particularmente, quando houve aquele acidente na região serrana, vi no jornal que estava sendo preparado um hospital de campanha. Médicos do exército e Médicos voluntários fariam operações de emergência e prestariam socorro às vítimas das chuvas. Pense como me deu uma vontade de fazer Medicina. E aí vem um cara que diz que quer fazer um curso porque terá emprego garantido. Perceba, ele está adaptando todo um modo de vida e anos de dedicação apenas para ter um salário garantido no fim do mês. Mas, você, leitor, pode questionar: Não é digno tomar uma escolha na vida a fim de se ter segurança financeira? Acho essa pergunta tão ambígua, que se torna capciosa mais para que a faz do que para quem a responde. Ele faz da vida o que ele quiser, mas eu acho uma sacanagem se usar da prática médica mais para crescer economicamente do que para salvar vidas. Ta aí um juramento que não me deixa triste:

Juramento de Hipócrates
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:

Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

O juramento é bonito. Distante da realidade, mas bonito. Digo e repito, é bom ganhar dinheiro, pois, afinal, é preciso sobreviver, mas no final você tem que dizer quem é o dono de quem. Você não vai trabalhar toda a vida de graça, é claro, na Grécia quem trabalhava era escravo, mas também não usar sua profissão com objetivo único de ganhar dinheiro.

Não muito raro, também ficava muito puto quando alguém pergunta por que tem de aprender todas essas fórmulas de física e química se quer mesmo é ser psicólogo. Ou que cargas d’água tem que saber colocação pronominal se quer ser mesmo engenheiro. Antes eu ficava muito puto. Agora não, deixo o rancor guardado no coração mesmo. Sério mesmo. Putz, deve ser até ignorância minha mesmo, pode ser. Deve ser mesmo. Só que não consigo juntar a palavra liberdade com a justificativa que certas pessoas dão para fugir das coisas que não lhe agradam, ou pior, usando nesse contexto, o pretexto de dizer que a matéria que mais odeia não serve pra nada. Que não vê razão de estudar. Às vezes eu fico tão angustiado falando de certos assuntos, que me dá uma coisa, que não consigo concatenar as idéias direito. Vai um vídeo para a galera descansar.


À primeira vista, um desavisado olha pro título e pensa que finalmente chegou o teórico que dará base intelectual ao seu ódio à escola e assim terá uma justificativa para gazear as aulas. Muito pelo contrário, vejo o pensamento desse cara como quase que algumas revoltas minhas. Fala que não é um certificado que capacita um profissional mas sim o interesse e o conhecimento adquirido. Ele não critica o conhecimento em si, ele ataca é institucionalização dele. Eu nunca li esse livro dele, pra ser sincero, entrou pra minha lista. Mas, minhas revoltas, conheço bem.

Nunca gostei de escola. Sempre gostei de estudar. Do mesmo modo que um autor dizia "E parecia-lhe, mais do que nunca, que a humildade é o disfarce de sombrias iniqüidades", percebo muitas escolas como o disfarce para continuidade de uma sociedade preconceituosa e desigual. O educar é substituído pelo doutrinar. O lance do vestibulando que quer fazer medicina só pela clínica acaba se tornando mais um caso de vitória de uma ideologia filha da puta. Nas escolas por que passei, não lembro nenhuma sequer tentar me fazer pensar por mim mesmo. Exceto, às vezes, as aulas do Nélson Campos, que ademais, os alunos nem iriam usar muito, porque não caía no vestibular, então não tinha porque se aprofundar em assuntos críticos. O que era incentivado, pelo contrário, era uma espécie de competição, na qual o melhor aluno seria “o que quer alguma coisa na vida” e o resto seria os frentistas e empregadas do melhor aluno. E pela realidade que sei de outros colégios, a história não varia tanto assim. Certo que, se você for um aluno aplicado, estudioso, suas chances de ter uma vida confortável vão aumentar substancialmente, e de modo paralelo, você não gostar de estudar, as chances de você não conseguir boa condição de vida são igualmente substanciais. O foda é fazer disso um motivo para se depreciar quem não está de acordo com os padrões da escola. Ser alguém na vida acaba se identificando com ter um bom emprego, e dinheiro no bolso pode acabar se tornando o objetivo último de quem abre um livro para estudar. Isso é o que eu acho sacanagem. É a partir daí que a galera, porque não é instruída a gostar de estudar, mas sim estudar para ganhar dinheiro, acaba pensando que certos conteúdos, por não serem úteis na sua futura profissão, são irrelevantes e, quem sabe, até prejudiciais à sua formação. Isso eu acho uma sacanagem maior ainda, depreciar uma forma de conhecimento. É ignorância pura.

Estou pensando agora em alguns amigos meus, um familiar também, que nem terminaram o ensino fundamental e estão até bem de vida. Tenho medo de estar a ser ignorante também. Não posso discriminar alguém pelo fato de não gostar de ler, por exemplo. Poderei ser um ignorante da pior espécie. Mas também não consigo esconder a angústia de ver tanta gente tendo acesso à formas de conhecimento tendo como objetivo não a sapiência em si, mas a acumulação primitiva de capital, por assim dizer. E angústia maior ainda, saber que há tanta gente sem qualquer amparo por políticas de educação. A educação nesse país não é levada à sério.

Vocês estão sacando o que eu quero dizer? Tenho a impressão de que estou escrevendo a cada dia pior. O vídeo que postei, vai, portanto, ao encontro do que eu digo, na medida em que a escola não deve ser um lugar que prende o aluno ao sistema, que o torna um ser subserviente às necessidades do mercado. A escola deveria ser um instrumento de liberdade, aonde o aluno vai para aprender a ter consciência de sua liberdade e decidir por conta própria, e não condicionado por ideologias, a seguir o caminho que quiser, e onde o professor não vá apenas para conseguir levar comida para dentro de casa, mas também para ser um dos instrumentos que vai levar a liberdade à outras pessoas.

É com triste resignação que eu sei que o que falo é bonito, mas impraticável. A sociedade é complexa. Não posso imaginar que a razão de determinadas atitudes das pessoas seja apenas o produto de uma educação mal-intencionada. As pessoas são complexas. Até porque a própria atitude de uma pessoa pode convergir, por decisão autentica ou não, para que queira receber uma educação que se encaixe em suas necessidades existenciais, ou que só queria enxergar o que lhe convém. Seria ditatorial se eu quisesse impor uma liberdade que eu acredito como única. Tolice até. A busca pela felicidade já levou tanto a democracia à Atenas como Pol Pot ao Camboja.

As pessoas são complexas. E acho que é isso o que mais me atrai. E ao mesmo tempo o que mais me deixa triste. Mas a atração é irresistível.

Todos os projetos que eu tenho, tantos parecem impraticáveis. Talvez serei feliz somente no dia em que EU mesmo conseguir minha liberdade. Mas tenho também a impressão que só serei realmente livre quando não for mais que osso. Isso é só uma divagação. Das tantas que eu tenho.

sábado, 29 de outubro de 2011

Frio na barriga.



Estômago foi um daqueles filmes, pelo menos no meu caso em particular, indicado por um amigo (Lucas) que respeito muito e que entende, perdoe-me a expressão: "pra caralho de filmes". Ele faz parte dos amigos de que eu invejo muito o conhecimento cinematográfico como o Victor, o Filipe, o Magão, a Taís, a Kelvia, o Sérgio, Cá e o Bruno.

Tenho certeza que muitos de vocês, assim como eu, achou o título estranho. Seria esse um filme de culinária? Bom, de certa forma pode-se dizer que sim. Melhor seria dizer que o filme é uma ode a gastronomia. Mas não só isso, ele aborda a condição estomacal de ser do homem. O quanto o estômago, um órgão que a primeira vista não merece lá muitas importâncias, condiciona e direciona totalmente as nossas vidas.

É ai que entra a história do humilde retirante Nonato (João Miguel) arribando para o sul em busca de oportunidades outras. Por puro acidente do destino ou como queiram chamar, ele começa a trabalhar na cozinha de um boteco beira de rodoviária. Logo se vê o seu dom para os dotes culinários e lugar passa a ser frequentadíssimo por várias pessoas, querendo provar a sua famosa coxinha de frango. É ainda ai que Nonato vai conhecer o seu grande amor e também, porque não dizer, a sua perdição também. Assim mesmo do jeitinho que as mulheres conseguem ser. O seu nome é Íria (Fabíula Nascimento), uma prostituta amante da boa cozinha.

A narrativa filme não foi construído de forma linear, dividindo-se em dois pólos. Fica-se alternando entre a prisão e o seu momento de aprendizado fora dela. Esses dois momentos vão convergir em um ponto só para ai ser revelado ao espectador qual o motivo da prisão de Nonato. A título de curiosidade, o filme foi inspirado em um conto chamado "Presos pelo Estômago" de Lusa Silvestre. O diretor dele foi Marcos Jorge já havia dirigido até então curtas-metragens e filmes publicitários. Viveu e estudou cinema na Itália durante a década de 90.

Estômago é um filme realmente muito bom, que da orgulho, pois é prata da casa. Que se não der um fome prazer de se assistir, pelo menos um frio na barriga dará.

Estômago (2007)



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

McCullin em uma quinta a noite

Quinta à noite, voltei de uma entrevista Fail com a Camila e o Murilo. Cheguei em casa, tomei banho, deitei na cama, pus o Pancho em cima da barriga e constatei que ele já tava mais pesado do que no dia em que chegou aqui, e percebi que seriam mais poucos dias que conseguiria colocá-lo em cima da barriga e ver Tv, escutando seu ronco, Pancho ia ficar mais gordo e eu morreria sem ar com ele em cima.

Então, zarpeando pelos canais da TV aberta, com um certo ar de tédio, com preguiça de vir aqui e escrever sobre algum fotografo que provavelmente seria um aleatório, eu tava sem vontade, sem inspiração, pronta  pra um escrever automático. Quando me deparei com uma cara conhecida. Sabia que sabia quem era, mas não lembrava. Era no Canal Brasil, uma entrevista. O homem dos seus 60 e poucos anos, falava sobre guerra, destruição, dor, o quanto isso não saia da sua cabeça. Quando o seu nome apareceu embaixo: Don McCullin.


Don McCullin foi/é (está em um momento, segundo ele mesmo, bastante contemplativo dos feitos da sua vida, e do que isso significava para ele) um fotógrafo que se dedicou ao registro em áreas de conflito, guerras, guerrilhas, lugares em que a eminencia da morte estava em cada suspiro. O senhor com os olhos cansados renega a guerra, trata a sua arte como ar de inutilidade, 'Nunca consegui parar um guerra com as minhas fotos. Ninguém nunca conseguirá'.

O entrevistador pergunta, ingênuo, o que ele diria a um fotógrafo iniciante, como chegar ao seu patamar de excelência, o que fazer para ser um bom fotógrafo. McCullin desafia a fotografar o belo, a paz, o singelo. Segundo ele, a destruição está em todo lugar e é, de fato, inútil e fácil de ser vista e fotografada, é deveras fácil fotografar guerras, o sofrimento e a dor nessas situações, as fotos de impacto afloram em todos os cantos. McCullin diz que dormiu entre cadáveres, que amigos foram presos, que milhares de fotógrafos morrem em conflitos só no desejo de tirar boas fotos e ficar famosos com isso. Para ele, isso não vale a pena, nunca valeu, vive assombrado diariamente com o que viveu. McCullin relata que ao revelar as fotos, quando a imagem surge no químico, sua mente é perturbada por tudo que viu, que presenciou, os cheiros, os barulhos, os choros, as dores.







O que me prendeu foi a verdade que emanava dos seus olhos. Aquela verdade de quem já viveu suficientemente tudo que, talvez, a alma aguente. McCullin diz se manter na linha tênue que o mantem entre a sanidade e a insanidade, e que somente por isso ainda não enlouqueceu pelas coisas que viu. Não duvido.



Pesquisei sobre a sua obra e quem era, e descobri que Don abandonou o fotojornalismo em áreas conflituosas, depois do abalo de ver a morte de uma mulher que fotografara momentos antes. Foi uma explosão de um carro bomba no começo dos anos 80.

McCullin tem diversos prêmios, os mais aclamados. Tem o reconhecimento de toda uma área de fotojornalismo, e todo um segmento de fotógrafos que buscam as fotos mais impactantes de guerra para fazer um 'nome'.

O que vi foi um homem profundamente marcado pelo que registrou. Marcado profundamente pela sua paixão em fotografar e pelo que foi obrigado a ver para isso. Senti a dor dele, inexplicável em alguns momentos da entrevista, em que McCullin se mantinha calado, estático, perdido na própria mente. O momento em que o homem está se afogando no seu passado, e que seu poder de esquecer é irrisório perto da quantidade de traumas na alma.


Sugiro que vejam a entrevista, entretanto não achei na internet. O programa era Conexão Roberto D'Avila com Don McCullin. Gostaria de disponibilizar, mas não encontrei.

Enfim, fotografia fascina, encanta, pode até apaixonar e mostrar o melhor do homem, como também provoca danos terríveis em quem a faz, pode mostrar o pior que temos como 'humanidade', pode nos fazer refletir, mas não acaba guerra nenhuma, nisso McCullin está mais do que certo.








Ps.: McCullin fez algumas fotos paralelas ao fotojornalismo de guerra dos Beatles e de outras pessoas famosas, mas em frente a essa entrevista achei que não cabia acrescentar isso no corpo do texto.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Why pink?

Outubro é o mês, acredito eu, mundial da luta contra o câncer de mama, uma das formas comuns de câncer entre mulheres acima do 40 anos de idade. Ao redor do mundo inteiro podem ser vistos prédios e monumentos importantes iluminados de rosa como forma apoio à campanha. Campanha que na NFL (National Football League) é chamada de "a crucial catch".

Durante o mês inteiro, jogadores usaram rosa desde peças de capacete às chuteiras e toalhas, enquanto que os árbitros, técnicos e staff de apoio podiam ser vistos usando munhequeiras e bonés na cor da campanha.



Um "golaço", quer dizer, um verdadeiro touchdown da maior liga de futebol americano do mundo e uma das ligas esportivas que mais movimenta dinheiro ao redor do mundo.

Destaques da próxima semana na NFL: 

A ESPN transmitirá 3 jogos nesse domingo, todos com grande potencial para serem grandes partidas. A primeira é entre o Minnesota Vikings@Carolina Panthers, onde teremos a chance o embate entre dois quarterbacks novatos, Cristian Ponder e Cam Newton, que já possui números para entrar na história da liga como Rookie (novato) of the year, correndo para 7 touchdowns e com várias jardas de passe. O segundo é entre o vice campeão Pittburgh Steelers@New England Patriots com a temporada fantástica de Tom Brady (o marido da Gisele). Já a noite, o Sunday Night Football, evento tradicional de transmissão de futebol americano nos EUA, será palco de um dos maiores clássicos do esporte, Philadelphia Eagles@Dallas Cowboys.

Se você gosta de futebol americano não vai ter do que reclamar nessa semana. E fica a dica, "Real men do wear pink".

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RECICLA NORDESTE

“Reciclando com sustentabilidade” é o tema da “RECICLA NORDESTE 2011”. Envolverá uma Mostra de Tecnologias Industriais e Sociais para a Gestão dos Resíduos, Salão de Boas Práticas e Indústria Modelo, Seminário Reciclagem e Meio Ambiente e Palestras Técnicas, Cursos, Workshop e Mostra de Ecoarte Cultura além de eventos paralelos de premiação de ações de Responsabilidade Sócio Ambiental devendo reunir 5000 pessoas no Centro de Convenções do Ceará de 3 a 5 de novembro de 2011.

Buscando além da promoção do desenvolvimento como um todo, apoiando o setor da reciclagem e transformação de materiais, a RECICLA NORDESTE é uma iniciativa que visa contribuir para democratizar o acesso e a participação da sociedade no processo de formação de uma cultura local de reaproveitamento de materiais e cuidados ambientais.

Com o propósito de disseminar e conscientizar a reciclagem como ferramenta de transformação e de incentivo à educação sócio ambiental bem como de levar informação, conhecimento e capacitação ao público alvo, a RECICLA NORDESTE prevê a realização de atividades diversificadas e multidisciplinares tais como eventos técnico científicos, culturais e de negócios.

Entre as atividades da RECICLA NORDESTE 2011, estão o Seminário Reciclagem e Meio Ambiente e Indústria Modelo, Palestras Técnicas, Curso e Mostra de Ecoarte Cultura e também, a entrega do prêmio aos vencedores da 8ª Edição do Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental.

Mais informações e programação aqui: http://www.reciclanordeste.com.br/

Texto extraído do site oficial do Recicla Nordeste.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"S'il te plaît... apprivoise-moi!"

Dando continuidade à referência francesa do post passado e fazendo uma homenagem tardia ao dia/mês das crianças, resolvi falar de um livro teoricamente infantil.


Le Petit Prince, ou O Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, é o livro que, dizem, deve ser lido três vezes ao longo da vida: na infância, adolescência e vida adulta. Infelizmente, eu perdi a oportunidade de lê-lo quando criança, mas tentei compensar na adolescência. Na verdade, de vez em quando eu pego o livro pra ler novamente.

O Principezinho (título do livro em Portugal) é uma história extremamente fácil, mas nem por isso simples. Diz-se que para aprender filosofia você deve começar lendo O Pequeno Príncipe seguido por O Mundo de Sofia, para só depois chegar aos grandes pensadores. Eu juro que já ouvi isso, mas não lembro quem foi que me disse.

O livro é história do garotinho que vivia em um planeta, asteroide e que tinha como única companhia uma rosa mal humorada e mandona, e que, um belo dia, resolve sair de seu planeta para conhecer outros lugares e pessoas, e para entender a si próprio. Na sua viagem, puxada por pássaros, ele visita seis planetas, conhecendo seus habitantes, que são representantes exagerados das misérias humanas, até chegar na Terra. Então, ele faz contato com uma cobra, uma raposa e um aviador (Saint-Exupéry?) e acaba descobrindo a importância da amizade, amor e cativação. Ah! E também tem um carneiro!


Escrito em 1943, em meio à II Guerra Mundial, e ilustrado com as aquarelas do próprio autor, The Little Prince é o terceiro livro mais traduzido do mundo. E, entre idolatradores cegos e críticos céticos, é amplamente citado em textos acadêmicos ou casuais. É também dono das citações mais conhecidas e sumariamente repetidas pela humanidade como: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" e "O essencial é invisível aos olhos".


Também sofreu uma série de adaptações e recorrências através de um filme, desenho animado, audiolivro, quadrinhos, exposições e os mais variados produtos (sapatos, jóias, roupas, bolsas, cadernos, etc...) Ainda tem uma série de livros relacionados ou recorrentes ao personagem-título e ao autor, como O Amor do Pequeno Príncipe, também escrito por Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe me Disse, uma coletânea de desenhos, comentários e referências ao livro, e A Verdadeira História do Pequeno Príncipe, uma biografia do autor. E agora ele está sendo remontado para os cinemas, mas dessa vez como animação.


Em linhas gerais, é livro escrito para crianças, sejam elas crianças de fato ou adormecidas dentro de uma pessoa grande, que sempre tem algo novo a dizer ou a oferecer.


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Ver também: 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

No te gustas el Rock Latino? No creo!


Depois de uma semana bem latina (sem alusão alguma ao cantor da vergonha alheia) no Festival UFC de cultura e em uma festinha promovida na minha casa com a temática, confesso que tenho uma nova paixão músical. Se é difícil adimitir que gosto de músicas com ritmos latinos, quando o rock entra nesse universo parece ficar mais fácil.
Ai você me pergunta: essa mistura dá certo? A banda uruguaia "El cuarteto de nos " mostra que sim! Letras bem elaboradas são uma marca da banda, o que é muito bem exemplificado pela canção "Ya no sé qué hacer comigo".



Para os que gostam de ritmos mais dançantes, o famoso cantor "Juanes" mostra como as guitarras e os ritmos latinos são bem empregados em letras "calientes"!


Mas a língua espanhola, por si só, já é um elemento latino e diferencial para o rock. A banda mexicana Maná mostra que, mesmo em musicas de pop rock bastante tradicional, como "Arde el Cielo", guarda-se um elemento latino essencial: a voz inconfundível de Fernando Olvera.


Mas quem disse que um bom rock latino precisa ser cantado em espanhol? A música "Smooth" se utiliza de pianos de bolero e percussões latinas, mas o rock é marcado na bateria, nas frases de guitarra de Carlos Santana e na voz carregada de Rob Thomas.


Com tudo isso, dá pra ver que não é preciso ir muito longe pra se buscar um rock dançante e de qualidade. A América Latina, nesse aspecto, anda muito bem, sabendo aliar suas raízes musicais a música além de suas fronteiras.



sábado, 22 de outubro de 2011

Cérebros!



Eu tentei, tentei mesmo, eu juro. Mas todos que me conhecem minimamente bem, sabem o quanto sou viciado em filmes de mortos-vivos, zumbis e afins. Por isso, dessa vez não resisti e tive que falar sobre um filme do estilo. Ainda na vibe do anos 80, escolhi um filme que acho que muita gente já assistiu: A Volta dos Mortos Vivos. Pelo menos eu assisti pela primeira vez, mas não a única, no Cinema em Casa do Sbt.

Basicamente, a história é de um gás que vasa de uns contêineres do exército que estavam esquecidos em um armazém. O gás acaba contaminando o cemitério que existe ao lado. Coincidentemente, um grupo de amigos estava curtido a noite no lugar, ou seja, lugar errado, hora errada, tudo errado. Os mortos começam a sair das suas sepulturas, bramindo o seu lindo hino: CÉREBROS! Depois dai, é diversão garantida. Cérebros e sangue!

O filme mistura dois gêneros cinematográficos que a primeira vista, para muitas pessoas, parece inconciliável. Falo do gênero de terror e de comédia. Ao meu ver, são dois gêneros que podem sim produzir um filme bom e divertido. Posso citar com exemplo dois que fazem isso muito bem: Zombieland e Shaun of The Dead. Divirto-me tanto com as cenas idiotas quanto com as violentas. na verdade, as cenas violentas geralmente são as que me fazem rir. Não me perguntem o por quê, não saberia explicar.

A Volta dos Mortos Vivos é um filme de 85, dirigido por Dan O'Bannon. Ele imortalizou o jargão "Cérebros", dito pelos desmortos esfomeados. O filme é uma clara homenagem ao clássico de George Romero, A Noite dos Mortos-vivos, fazendo várias menções diretas mesmo. A Volta dos Mortos Vivos não é um filme maravilhoso, no qual se diga "Santo Criso, que coisa linda!", mas atende muito bem aos seus objetivos que é divertir o expectador.


A Volta dos Mortos Vivos (Return of The Living Dead)




sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Grotesco, você.

Joel-Peter Witkin apropria-se da imagem radicalmente. A densidade do seu trabalho e do seus temas é deveras ‘polêmica’ e de uma transgressão magnifica. Há inversão do ‘eu’, do espelho, revelando toda a deformidade do homem e a identidade transfigurada, velada.

Joel-Peter tem as raízes em Bakhtin, e a sua noção de ‘mundo às avessas’. Patologicamente Witkin leva a inquietude e ao estranhamento, com suas imagens escatológica e fantasmagóricas, o lado obscuro de qual tentamos fugir. A presença do grotesco permite um choque brutal do que é considerado ‘belo’.

Witkin utiliza-se do que é chamado para Bakhtin de rebaixamento. Desloca e profana obras clássicas que utiliza como refrência, dialoga com o sexo, com o escatolófico, com a carnalidade e com a efemeridade das coisas. Contrapõe vida e morte, grotesco e sexo, explicita também, uma sexualidade híbrida ao utilizar modelos.

As Três Graças de Witkin

As Três Graças de Rubens

Influenciado, também por Goya, confronta o real através da transgressão do belo, propõe um contra fluxo ao que é comercialmente belo e com os pesadelos mais frequentes do seu ‘inferno’ pessoal. Na arte ‘contemporânea’ não é necessário que se pareça ‘arte’, e na verdade, creio que o conceito de arte além de ser escorregadio, é deveras pessoal. Não há como legitimar o que é arte, nem como devemos compreendê-la. Simplesmente, sente-se. O estímulo visual atual que nos anestesia e refresca nos põe em uma zona de conforto que é covarde. Fabricam-se hábitos de consumo nada desafiadores. A arte não precisa ser positiva, nem a beleza. Por isso, quis mostrar Joel-Peter.

“Se você não se desafia… digo, quebrar as regras para produzir algo bom e novo.”
Witkin na estrevista linkada abaixo.

Joel é um apostador visual. O seu trabalho é detalhista, e cada fotografia nasce de um esboço rabiscado em papel, passa por uma etapa longa de produção, quando Joel-Peter busca os modelos e objetos necessários para a composição, passa, depois, por diversas horas no laboratório trabalhando no negativo, e depois maltrata o resultado com químicos para dar o aspecto de degradação, comum em seu trabalho. O sépia e preto&branco predominam.

Le Brasier 1982
A procura por uma composição que sirva perfeitamente, e por ‘objetos’ que se encaixem na sua estrutura previamente pensada, não consigo ver só defuntos, há muito a ser visto. Cada vez que ele modifica, ‘magoando’ o suporte principal (foto) para formar um quadro grotesco e agressivo há algo de idílico, do sonho, do simbólico, no qual o receptor da imagem ou se sente extremamente liberto no confronto ao espelho de quem é, ou apenas há repulsa. Repulsa esta, que deve ser despida ao olharmos o trabalho de Joel-Peter.

O olhar em uma obra passa pelo universo subjetivo de quem a contempla. Witkin é um provocador, talvez não tão autêntico quanto Goya, mas provoca mal-estar nos olhos já acostumados. O autor dialoga com o que é considerado por beleza e pureza, invertendo os conceitos mais comuns. Questionam sua sanidade, seu gosto pelo sadomasoquismo, sua possível esquizofrenia pela utilização de cadáveres para a composição. Eu questiono a imagem de beleza atual, em que a qualquer custo introduzimos ao nosso corpo objetos (silicone, próteses e etc) para melhor nos satisfazermos visualmente, na constante briga com o eu espelhado. O corpo como objeto de exposição de Witkin não é distante da realidade, não é um trabalho com freaks. O feio e belo tendo, então, o corpo como única moeda do que se é, como a única face verdadeira. O grotesco de Witkin dialoga com a importância de confrontar o perverso. Não devemos ter olhos somente para as garotas de Ipanema.

The Result Of a War - 1984

Portrait of a Dwwarf - 1987

Woman Once a Bird 1990



Se alguém se interessou: uma entrevista e um livro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Copa é nossa.


Eu seu que hoje eu poderia falar do Pan-Americano do México, mas acho que eu não teria nada a acrescentar. A transmissão da Rede Record não é das melhores, o papelão da Rede Bobo (opa, Globo) que infelizmente não está dando a mínima importância ao evento porque não tem os direitos de transmissão. Nada de novo na mídia brasileira.

Mas hoje a (Dona) FIFA fez o anúncio oficial das cedes e horários dos jogos da copa de 2014 e Fortaleza, não ficou de fora. A nossa capital receberá 4 jogos da fase de grupos, 1 da fase de oitavas e 1 jogo das quartas, podendo receber até dois jogos da seleção da CBF além de ser sede de uma das semi-finais da Copa das Confederações.

Um ponto intrigante do calendário elaborado pela entidade máxima do futebol é o fato da seleção da CBF só jogar no Maracanã se chegar à final do torneio, o que , se acontecer, não vai ser nenhuma surpresa. Mas isso não é tudo com fim da ideia, que viria muito a calhar, da regionalização. A ideia era que, por exemplo, uma seleção jogasse toda a primeira fase no Nordeste ou somente no Sul do país, onde as temperaturas são mais baixas nos meses de junho e julho. Só que a tal ideia foi por água abaixo.

No total de todos os times, serão percorridos 90735 km em solo brasileiro durante as competições, o equivalente a mais de duas voltas ao mundo. Isso se forem realizados voos diretos, sendo que a maioria deles não existem hoje em dia. Talvez grandes seleções consigam fretar voos, mas para o torcedor, atualmente, ir de Manaus a Recife, por exemplo, exige fazer até quatro escalas.

Veja quantos e quais jogos cada uma das 12 cidades-sede receberá durante a Copa de 2014:
Fortaleza - 6 jogos
4 de 1ª fase (1 jogo do Brasil)
1 de oitavas de final
1 de quartas de final

Rio de Janeiro - 7 jogos
4 de 1ª fase
1 de oitavas de final
1 de quartas de final
Decisão

Brasília - 7 jogos
4 de 1ª fase (1 jogo do Brasil)
1 de oitavas de final
1 de quartas de final
Disputa do 3° lugar

São Paulo - 6 jogos
Abertura (jogo do Brasil)
3 de 1ª fase
1 de oitavas de final
1 de semifinal

Belo Horizonte - 6 jogos
4 de 1ª fase
1 de oitavas de final
1 de semifinal

Salvador - 6 jogos
4 de 1ª fase
1 de oitavas de final
1 de quartas de final

Porto Alegre - 5 jogos
4 de 1ª fase
1 de oitavas de final

Recife - 5 jogos
4 de 1ª fase
1 de oitavas de final
Manaus - 4 jogos
4 de 1ª fase

Cuiába - 4 jogos
4 de 1ª fase

Natal - 4 jogos
4 de 1ª fase

Curitiba - 4 jogos
4 de 1ª fase

Sinceramente, eu acho fantástica a possibilidade de assistir um jogo de copa do mundo envolvendo a seleção brasileira dentro meu estado, mas nem tudo é festa e sempre ficam aquelas velhas preocupações. Serão gastos, pelo menos R$ 518.606.000,00 com as reformas no Castelão, fora todas as outras obras estruturais que serão realizadas somente para receber a Copa do Mundo da (Toda podorasa) FIFA.

Alguns empreiteiros afirmam que são necessários 30 meses para a construção de um estádio e alguns que serão somente reformados ainda se encontram em fase de demolição, enquanto que no "Itaquerão", estádio do Corinthians, nem uma única coluna foi erguida e tudo que se pode ver no terreno é o barro e duas traves, postas ali para pelo menos servir de lembrete que ali será realizada a abertura da Copa.

Mas quem quiser assistir aos jogos vai ter que botar a mão no bolso e tirar o dinheiro da carteira, não esperem preços baixos, pois como já dizia o Deputado/Comentarista Romário, a copa é no Brasil, mas não é para os brasileiros. Os ingressos deverão ficar na faixa dos 300-400 reais, se não mais caros.

A Copa é nossa, mas vai valer a pena o esforço?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Rock cearense, sim senhor

Neste final de semana, 22 e 23 de outubro, o selo Panela Discos lança DVD em comemoração aos 5 anos de atividade da produtora. O Anfiteatro do Centro Cultural Dragão do Mar recebe os shows de 18 bandas participantes do grupo, a partir das 18h, com entrada gratuita.


Quando a produtora Panela Discos surgiu, em 2006, a cena do rock autoral cearense estava enfraquecida e saturada. Pelas mãos do músico Talles Lucena, criador do selo, o trabalho de produção e divulgação do material musical produzido no estado busca conquistar espaço no resto do país. E já está conseguindo. Segundo Talles, em entrevista ao Diário do Nordeste, as bandas e os profissionais daqui já estão sendo reconhecidos em outros lugares, como São Paulo.

Para comemorar os 5 anos de atividade, o selo lança este final de semana um DVD com o registro em vídeo das 18 bandas participantes do cast da produtora. Cada banda gravou duas músicas, mas só uma delas entrou no DVD. Em entrevista ao Diário do Nordeste, Talles Lucena destaca que o DVD vai possibilitar um trabalho mútuo de divulgação, já que “pelo fato de ser uma coletânea, quando um grupo for usar esse material para divulgar seu trabalho vai fazer o mesmo com o dos outros".
O músico Álvaro Abreu, também produtor do selo, conta que “o local escolhido para a gravação do DVD foi o Centro Cultural Bom Jardim, com o qual o Panela tem parceria desde janeiro, quando começou a produzir o Festival BOMJA ROCKS, que mescla bandas do selo, da periferia e até de outros estados, tocando no teatro do centro cultural”.

Álvaro considera que “o lançamento do DVD é histórico e extremamente importante para a cidade, pois nunca se ouviu falar de um registro oficial de bandas independentes da cena roqueira local. Com esse DVD, o Panela oferece à cidade parte de sua produção independente, condensada em vídeo, para a posterioridade.” E enquanto integrante de uma das bandas participantes do selo, a Sátiros, Álvaro comenta que poder participar do primeiro registro oficial do rock autoral cearense é um momento muito importante na sua vida e na sua carreira. “Estar num elenco como esse, com tantas bandas de qualidade, é recompensador. Sem falar da importância do trabalho do Panela como um todo, que realmente se preocupa com o rock autoral da cidade e quer levar a bandeira do Ceará a todos os lugares possíveis”, conta o músico. Ele ressalta, ainda, que a iniciativa faz com que as bandas busquem ser cada vez mais profissionais.

Para o futuro, o selo Panela Discos planeja o MOVA-CE (Movimento Autoral do Ceará). O projeto vai levar 6 bandas da produtora (Sátiros, Full Time Rockers, Thrunda, Inflame, The Good Gardem e Bonecas da Barra) dentro de um ônibus de Fortaleza até São Paulo, fazendo apresentações ao longo do caminho de ida e volta, por todo o mês de janeiro de 2012.



No sábado, dia 22, se apresentam as bandas Eutanazia, Et Circensis, Rafael Vasconcelos, Boró, Same Old Shit, Falácia e Inflame. No domingo, dia 23, é a vez das bandas Andes, Inerve, Estado Anestesia, Zenois, Chicones, Land of Lemuria e Sátiros. Os shows começam às 18h e a entrada é franca. O DVD estará à venda no local por R$ 10.

Contatos
Panela Discos: (85) 3494.5673 
http://www.paneladiscos.com


Mais para o fim de semana

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Guerra e Glamour

Finalmente, meu primeiro post sobre literatura brasileira. E, mais do que isso, literatura cearense!

Luzes de Paris e o fogo de Canudos é o nome do romance de Angela Gutiérrez publicado em 2006, que junta dois dos temas que, paradoxalmente, muito me atraem: a utopia da guerra e o magnetismo do fin-de-siècle francês.

O enredo, em linhas bem gerais, conta a história de Branca, uma jovem de família nobre de Fortaleza, de sua irmã de leite, Morena, e da paixão de ambas pelo médico francês, Louis. O cenário: Fortaleza, a belle époque parisiense e o conflituoso sertão baiano. Todo o glamour da França do final do século XIX misturado ao sangue e suor derramado na Guerra de Canudos.

A bela Paris e o trágico Canudos
Mas não é tão simples assim. O livro se abstém da tradicional linearidade dos fatos e viaja entre passado e presente, através dos achados de Flora sobre sua tia Branca. Porém não pense que é só a Flora que conta a história. O livro é polifônico; mescla os mais variados tipos de narrador, que vão de cartas e bilhetes ao tradicional observador onipresente.

Como se já não fosse versátil o suficiente, ele ainda é ilustrado com grandes obras de arte do siècle d'or français, como as referências a diversas obras e monumentos sobre Joana d'Arc, juntamente com uma arte típica do nordeste, um cordel sobre a história de Branca e Morena. E alguns ditames franceses (com suas devidas traduções) ainda contribuem para dar um charme ao romance. Que fique registrado que esse livro foi o meu grande influenciador para começar a estudar francês.

Um livro diferente, que conta uma história simples, mas, mesmo assim, consegue fugir do comum sem deixar de ser belo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Forgotten Boys - Como poderia esquecê-los?




No último sábado, dia 15, tive a chance de conhecer e curtir no Acervo Imaginário o Forgotten Boys, banda paulistana que existe desde o fim dos anos 90. Pouco público, mas ótimo show.

A banda tocou músicas agitadas do começo ao fim. Nada de baladas ou canções para se dançar a dois. O Forgotten Boys mostrou que não abre mão de seu estilo, digamos assim, hard-punk-rock n´roll em troca de gritos femininos, apesar de já conseguirem isso mesmo com o som relativamente agressivo que levam.

Durante as quase duas horas de show, deu pra ver que o Forgotten parecem guarda em seu som várias influências como Ramones, The Hives, Foo Fighters, entre várias outras bandas do bom e velho rock n´roll como Led Zepellin e AC/DC.

Um dos pontos altos da noite foi "Just Done", musíca com uma levada hard rock com a qual é impossível se conter. O rock n´ roll cantado em português de "Quinta-feira" também não poderia faltar.



Os Forgotten, porém, se não deixaram que eu os esquecesse, esqueceram-se de tocar músicas importantes para a banda e para o público, como "5 Mentiras"


Mas é algo perdoável. A banda vai lançar um novo álbum em breve e preferiu dar prioridade às suas novas canções, como "Another Place"


Fica aqui então, uma ótima sugestão de show para quem gosta de vozes rasgadas, guitarras distorcidas e dançar sem parar. Se o Forgotten Boys é uma banda pouco conhecida na terra dos cabeças achatadas, pelo menos ganhou a admiração de mais um deles.

domingo, 16 de outubro de 2011

Rotina



Não sou de prestar muita atenção nas coisas, mas às vezes um movimento ou olhar pode revelar muito, mais do que uma biografia não autorizada.A gente passa por entre as pessoas ensimesmadas ensimesmado. Nunca sabe realmente o que se passa pela cabeça das pessoas. É até estranho quando alguma nos olha. Foi assim quando vi o velho.
Não precisei olhar duas vezes para ver que aquele velho cabisbaixo que andava em minha direção já caminhava a tanto tempo que esquecera aonde ia. Seus joelhos tremiam a cada passo. Seus cabelos ralos poderiam contar muitas histórias, a maioria tão banal. Todo mundo tem histórias. Mas e daí? Sempre existem aquelas que valem um conto.
Num instante, ele pára.
Continuo observando o velho , vejo agora sua face. Ele parece ter acordado de um longo transe.Tem rosto de povo. Tão diferente, ou tão familiar: pedreiro, carteiro, padeiro, jornaleiro e mais uma infinidade de eiros no mesmo rosto, ou nenhum. Suas mãos trêmulas de dedos nodosos, tateiam os bolsos à procura de um volume inexistente. Uma sobe e coça o que lhe restou de cabelos. Desista velho.
Ele finalmente levanta os olhos. Vira-se e olha a rua, ou ou seus passos, não sei.
- Algum problema senhor?
- Oh, não tenho certeza garoto – disse ainda confuso –, acho que... acho que perdi algo. Algo pelo caminho. – rouquejou desviando o olhar novamente para rua.
Segui seus olhos. Só uma coisa me veio à cabeça enquanto procurava algo pra olhar:

- Acontece. Muitas pessoas passam por aqui. Vai ser difícil de encontrar. Isso se alguém já não tiver levado.

O velho arquejou e voltou-se para mim balbuciou uma coisa qualquer. Falou baixo. Como disse, velho? Colocou a mão em meu ombro e sorriu com o canto dos lábios:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho.

O velho saiu andando. 

Fiquei ainda um tempo parado, olhando, procurando algo pelos passos que o velho ia deixando atrás de si.

Eu mesmo voltei a andar, agora cabisbaixo.

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Este texto foi escrito ao som de Lonnie Jonhson, Stevie Ray e Led Zeppelin.

sábado, 15 de outubro de 2011

Vampiros, mullets e anos 80.



Aaaah, os anos 80! Como foi Dias das Crianças recentemente, decidi comentar sobre um filme que muito marcou a minha infância. Quem nasceu no final da década de 80, como eu, ou no começo da década de 90 com certeza assistiu vários filmes memoráveis na Sessão da Tarde e, que hoje em dia não passam mais, triste pesar. Só para dar alguns exemplos: Os Goonies, Conta Comigo, Curtindo a vida adoidado e muitos outros...

O filme a que me referi acima é Garotos Perdidos (The Lost Boys) de 1987. O diretor é Joel Schumacher que também dirigiu, eu não fazia a mínima ideia disso, Dia de Fúria (Falling Down). Aquele mesmo com o Michael Douglas descendo o cacete em todo mundo e que também passava sempre, coincidência ou não, na Sessão da Tarde. Adoro esse filme também, um dia ainda comento ele por aqui. Também não sei porque eu ainda não tenho esse dvd em casa, deve ser porque nunca o encontrei por ai, mas não sejamos disléxicos, continuemos.

Fazia muito tempo que não assistia Garotos Perdidos, foi muito bom rever um filme que de alguma forma contribuiu na minha formação. Digo isso, porque certamente ele um dos filmes que me fez gostar de filmes de horror. As mortes dos vampiros são geniais, eles espocam e fica saindo jatos de pus e sangue deles, porra, isso é lindo! Imaginem vocês uma criança assistindo isso. Até hoje curto essas nojeiras, fazem-me rir muito, mas é claro tudo dentro de um certo nível tolerável. Quando se começa a exagerar demais, perde-se a graça. A melhor música da trilha sonora, sem dúvidas, é logo no começo quando começa a tocar People are Strange do The Doors. É de se arrepiar!

Todo mundo já deve conhecer a história, mas vou fazer o favor de refrescar-lhes nas memória para não dizerem que fui preguiçoso. Lucy (Diane Wiest)após o seu divórcio se muda para Santa Clara (Califórnia) com os dois filhos: Sam (Corey Haim) e Michael (Jason Patric). Só um adendo porque não pude evitar, na verdade é um aviso, cliquem no link dos atores só se vocês forem fortes. Mas por quê, Thiago? Perguntariam alguns, porque eles estão muito velhos! Isso destrói a infância de qualquer um, na minha cabeça eles são daquele jeito no filme para sempre, jovens e eternos. Isso quer dizer só uma coisa: estamos ficando velhos também. Sem pânico, continuando a história. Santa Clara é um lugar cheio de tipos errados, gangues e afins. Muitas pessoas estão desaparecendo misteriosamente. Logo se vê no filme que quem está por trás são os vampiros motoqueiros com os seus mullets estranhos. Vai caber ao Sam, ao Michael (já transformado em meio-vampiro) e aos irmãos Frog combater os chupadores de sangue, na própria linguagem deles. Só os anos 80 mesmo para produzir filmes maravilhosos de grupos de garotos que resolvem problemas que nem os adultos conseguem resolver. Que saudade! Vocês não?


Garotos Perdidos (The Lost Boys) 1987


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Furtar-se do obvio.

Peço licença e desculpas pra furtar-me, e comentar um cadim de El Lissitzky.


Quando a arte deixou de ser puramente natural, quando a arte parou de se espelhar tão somente na natureza e nas formas do homem, e sim das máquinas e de concreto ao redor, nasceu o construtivismo. Nenhum outro movimento moderno artístico-literário, tinha tido suas raízes fundamentadas em uma realidade revolucionária concreta, humana em sentido e em cotidiano. Então, surgiu El Lissitzky.


Russo, vanguardista, foi arquiteto, artista gráfico, tipógrafo, fotógrafo, pintor e designer. Nasceu em 1890, em uma família judaica, estudou arquitetura na Alemanha e em 1914, retornou a Rússia. E chegou ali, em um momento enferveceste. Há fofocas históricas que foi  o criador da primeira bandeira soviética, pois era membro da Comissão Artística de Moscou. Lissitzky influenciou em todas as áreas em que atuou. Em 1932, seu ativismo político se reforçou, em que acabou por transmitir em suas futuras obras um teor altamente stalinista. Lissitzky faleceu em 1941, vítima de tuberculose, em Moscou.

Mas, deixando todos esses embrenhamentos históricos de lado, gostaria de ressaltar alguns pontos cruciais, segundo a minha visão na obra de El Lissitzky.



Suas fotografias, costumeiramente, viravam arte visual, por suas técnicas de xilogravura e coloração superficial das mesmas.




Algumas beiravam o desespero, retratado no homem moderno tanto presente no seu discurso fotográfico, como gráfico, em que buscava a maior representação mesclando fotos e frases.


E, por fim, sua arte gráfica, em que utilizando da lei do fechamento, provoca um certo desconforto óptico com o fechamento do círculo e a estaca vermelha que adentra o mesmo.


Queria ter mais tempo e menos sono para continuar falando das diversas artes e fotografias de El Lissitzky, infelizmente, não o tenho. Enfim, é só.