sábado, 24 de setembro de 2011

Deixem-se perder nas suas naturezas selvagens.


            Foi um domingo nublado, melancólico e entediado, assim como este que vos escreve. Eram lá pelas 5 horas da tarde e eu estava passando os canais da TV a cabo desinteressadamente, até que me contive em um título que me interessou. O título era "Na Natureza Selvagem" como vocês bem devem conhecer. Pensei comigo mesmo, vou assistir 10 minutos para ver se vale a pena, quando fui perceber já tinham se passado duas horas, era noite e o filme havia terminado. Lembro-me de ter me sentido muito bem e de ter sido alvejado por um turbilhão de pensamentos. É sério, fiquei perturbado mais de um mês e acho que ainda depois de passado algum tempo ainda não me recuperei de todo. Falarei mais adiante sobre esses aspectos, agora passemos aos aspectos técnicos.
O filme da Na Natureza Selvagem (Into The Wild) foi lançado em 2007, baseado no livro homônimo de Jon Krakauer. Krakauer foi o senhor que ficou encubido de escrever um artigo em um jornal sobre um jovem que foi encontrado morto em um ônibus abandonado no meio de uma floresta no Alasca. A direção foi maravilhosamente feita por Sean Penn e a trilha sonora foi especialmente feita para o filme por Eddie Vedder, para quem não sabe vocalista do Pearl Jam.
Sem mais tardar, falemos do intrigante Christopher McCandless que no filme é encenado pelo ator Emile Hirsch. Christopher após se formar na universidade decidiu viajar pelos Estados Unidos pegando carona. Doou 24,000 dólares da sua poupança para uma instituição de caridade e destruiu todos os seus documentos, adotando a alcunha de Alexander Supertramp (Super vagabundo). Nas suas andanças ele conhece muitas pessoas interessantes, travando relações de amizade intensas e verdadeiras, daquele tipo que nos muda para sempre. Alex lia muito e tinha como autores favoritos Thoreau, Jack London e Tolstói. Tais autores influenciaram muito o seu modo de pensar e de agir, as suas convicções e as suas crenças.

Agora vamos a um pequeno vislumbre sobre a mensagem e crítica do filme e conseqüentemente sobre o Supertramp. A crítica vai contra a sociedade, o consumismo desmiolado, os valores que adotamos e tomamos como nossos sem ao menos refletir e, tudo que afasta o ser humano da sua real essência. Se graduar em uma faculdade, ter uma carreira, ter filhos, ter um carro do ano e um celular de última geração, ter roupas de marca...é isso realmente o que você quer? É isso realmente que te satisfaz? Ou você tem tanto medo de ser você mesmo, tendo receio do que seus pais, os vizinhos e sociedade vão pensar e julgar? Deve ser por isso que a maioria das pessoas se deixa levar pelo turbilhão da vida moderna, quando percebem que estão com 40 anos e nem ao menos se conhecem, preferiram silenciar as suas essências com bens materiais. Bens materiais não preenchem o vazio existencial de ninguém, apenas as experiências mais primordiais, sublimes e cruas somente encontradas nos pequenos desenlaces da vida. A amizade verdadeira, contato direto e sincero com a natureza, um grande amor não são conseguidas com dinheiro. É eu sei, eu me empolgo.
Alexander Supertramp viveu e morreu pelo que acreditava. Será que somos capazes de viver e morrer pelo que acreditamos? Para a maioria é mais fácil e cômodo não refletir sobre esses assuntos, pensar em coisas como libertação, essência e autonomia são chatas demais!
Se me permitirem, não paro mais de escrever. Só gostaria de fazer as últimas considerações. Na Natureza Selvagem é um filme bonito, sensível e poético que meche profundamente com você. É realmente uma obra de arte. Leiam o livro também, até empresto o meu se quiserem. Não sou tão difícil de encontrar. Gostaria de compartilhar essa história com o máximo de pessoas que eu puder.
Na Natureza Selvagem (Into the Wild) 2007



3 comentários:

  1. Agora deu vontade de assistir ao filme de novo!
    E não esquece que eu já tô na fila para ler o livro.

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  2. O filme é fantástico. Um dos melhores que eu já assisti. Entra no Top 5 de qualquer um fácil, fácil.

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  3. Mexeu muito comigo esse filme e história do Supertramp também.

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