Acessibilidade. Motivo de chacota de muitos que amam a fotografia, ‘qualquer um pode ser fotógrafo hoje em dia’, dizem. Falso. Com os avanços tecnológicos, preços amigáveis e a exposição das redes sociais, chovem novos pseudo-artistas-fotógrafos diariamente. Egos inflados, encharcados de photoshop, ângulos comuns, idéias repetidas e gastas. E esses, que querem expor as suas fotografias, más ou boas, não, não estão errados. Não há equívoco em mostrar seu esforço, seu trabalho.
Entretanto, clama-se por originalidade. Clama-se por diferenciados vieses de visão. O que forma um bom fotógrafo é a alma depositada no registro. A diligência de depositar sentimento na foto. Um dos quesitos mais necessários é a arte, foto é arte acima de tecnologia aplicada. Uma boa foto não é composta por apenas técnica, há arte nas cores, na luz, na produção. Foto é, acima de tudo, expressão.
Sugiro sentir antes de clicar. Sugiro menos clicks e mais observação. Sugiro que se tenha por objetivo contar uma história, congelar um sentimento, um segundo, uma emoção. Fazer da sua visão um instrumento para contar uma realidade que é acima de tudo demasiadamente humana, no sentir, no falar sem dizer uma só palavra.
Lembrei de dois fotógrafos que sempre tiveram por marca a originalidade e o sentimento impresso em cada foto.
O primeiro deles, Cristiano Cravo, um fotógrafo brasileiro, com fotografias preto&branco, do povo, aquele tipo de fotografia que muitos chamam de fotografia ‘social’ (
O foco de seus trabalhos é a fé de povo, desastres naturais, entre outras coisas ligadas ao cotidiano. O site pessoal dele é: http://www.christiancravo.com/flash.htm
E outro rapaz é um designer britânico, Dan Mountford. Com apenas 19 anos, ele produz fotografias analógicas com dupla exposição (quando há mistura de duas fotos em uma só).
Pasmem todos, isso não é photoshop, é só a mais pura criatividade.
Esse é o site pessoal dele: http://www.flickr.com/photos/ danmountford
Bom, afinal, o importante é o objeto fotografado e não o estrelismo de empunhar uma câmera. Tais valores invertidos precisam ser revistos. Por fim, deixo hoje a reflexão de que fotografar tem que ser gostoso e desprovido de egolatria, e não há nada mais belo que a ligação entre você, sua visão e seu objeto fotografado, quando há alma.
Curti muito esse designer britânico! =)
ResponderExcluirEu conhecia o trabalho do Mountford. Gostei do post, moça. Originalidade, a ligação entre a alma do ser e o objeto, não só na fotografia mas na arte em geral, é o que falta.
ResponderExcluirCurti =P