Quando escutei "Smells Like Teen Spirit", do álbum Nevermind, do Nirvana, pela primeira vez, meus pelos pubianos começavam a nascer e o meu gosto pelo rock começava a aflorar de um modo tão incontrolável quanto o princípio de libido característico daqueles meus 12, 13 anos. Tive vontade de pular, gritar, tocar aquela música que, naquele momento, era incontestavelmente boa. Só não tinha noção do significado que ela e o álbum tinha na história do rock , coisa que veio acontecer a poucos dias, quando um amigo me sugeriu esse post para não deixar passar em branco os 20 anos do álbum que mudaria os rumos da cultura pop.
É fato que a sonoridade do Nevermind revelou ao mundo da música a atitude do rock grunge, com guitarras que alternam entre a distorção e a clareza, vozes que alternam entre o grito e a melodia, músicas que alternam entre o "sujo" e o "limpo". Por si só, isso já torna o Nirvana uma das grandes bandas do Século XX.
Mas talvez esse nem tenha sido o grande legado do álbum que chegou a 30 milhões de cópias e beirou os 32 milhões de Sgt Pepers Lonely Hearts Club Band (dos Beatles). A maior herança deixada por Kurt Kobain, Krist Novoselic e Dave Grohl (que hoje comanda o Foo Fighters) com o segundo álbum da banda foi abrir as veias do mercado musical para a música alternativa. Em 1991, o pop de Micheal Jackson ainda reinava no mercado. Além disso, Guns n´Roses vinha com grandes hits no projeto Use Your Illusion e o Red Hot Chilli Pepers vinha com o consagrado álbum Bood Sugar Sex Magic.
Nevermind abriu as portas do rock grunge de Seatle para o mundo. Fez com que as grandes gravadoras corressem atrás de bandas da pacata cidade, como Pearl Jam e Alice in Chains. Inaugurou o rock dos anos 90 e deixou pra trás toda a onda oitentista musical do pop e do hardrock. Mostrou que o rock não se faz com luxo ou qualquer tipo de ostentação, mas com a simplicidade do baixo, da guitarra, da bateria, de roupas de flanela e de all star.
Como comemoração das duas décadas do álbum agora no mês de setembro, o Nevermind ganha uma versão de luxo que deve entrar no mercado ainda nesse mês. Confira novidades e curiosidades sobre o álbum:
As gravações de Butch Vig
Antes de ir à Califórnia para as sessões de Nevermind, o Nirvana gravou versões iniciais de faixas como Breed e Polly no estúdio do produtor Butch Big, Wisconsin. Era abril de 1990.
Os ensaios
Além da conhecida versão “sujinha” de Smells like teen spirit, sucesso na web, o CD desenterra os ensaios de faixas como Territorial pissings, além das raridades Old age e Verse chorus verse.
Mixagem alternativa
Cobain torcia o nariz para a mixagem “polida” de Nevermind, feita por Andy Wallace. Aqui, os fãs têm a chance de conhecer o acabamento que Butch Vig teria dado ao disco.
Show em DVD
Um show do Nirvana no Teatro Paramount, em Seattle. Além das faixas de Nevermind, o trio interpreta canções de Bleach.
A capa
Foi Kurt Cobain quem teve a ideia para a capa de Nevermind, enquanto assistia a um programa de tevê sobre partos debaixo d’água. Sugeriu ao artista gráfico da Geffen Records, Robert Fisher, a imagem do bebê nadando em direção à nota de dólar, pendurada no anzol. O menino Spencer Elden, filho de um amigo do fotógrafo responsável pelo ensaio, fez o trabalho direitinho. Mas, entre os executivos da gravadora, a pose provocou polêmica: foram feitas versões da capa com e sem a imagem do pênis do garoto. Cobain, em meio às discussões, sugeriu que o álbum viesse com este aviso: “Se você se sentiu ofendido por essa imagem, deve ser pedófilo enrustido”. A arte original venceu a briga.
Eu acho que o Nevermind do Nirvana passou pela "iniciação musical" da maioria das pessoas. Pelo menos da minha ele fez parte, mesmo que eu não seja uma fã declarada e escancarada.
ResponderExcluirNirvana é o que há.
ResponderExcluir