segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Questões Indieanas

Franz Ferdinand, Take me out
O Indie Rock é uma daquelas coisas que você sabe que existe, conhece bandas, mas não sabe definir. Tenho uma amiga que em tom “frescativo” sempre comenta: “Ah, mas tu é muito indie!”. Sempre aceitei isso, pensando ser isso algo legal, diferente, até que um dia eu me perguntei: mas o que diabos é indie? Partindo dessa inquietação, vou tentar pôr em discussão o que é o Indie Rock sem a mínima pretensão de chegar a um conceito definitivo.
Pra começo de conversa, vamos deixar claro que o Indie não é algo novo. O gênero (se assim podemos chamá-lo) surgiu nos anos 80 no Reino Unido e nos Estados Unidos e, a princípio se relaciona a bandas undergrounds, com produção independente e alternativa e, portanto, sem vínculos com grandes gravadoras, mas que com o tempo cederam a essas gravadoras e, mesmo assim, conservaram seu som original. The Smiths e My Bloody Valentine são dois exemplos do Indie Rock em seus primórdios no Reino Unido.  



Nos anos 90, o Indie Rock explodiu com bandas como Blur, Oasis e Pavement. Nessa geração é possível ver bandas que deixam o caráter mais “alternativo” do Indie Rock e cedem a uma produção mais comercial. Aqui compartilho a idéia de um amigo de que o Oasis, mesmo cedendo à comercialidade, soube produzir grandes músicas e se expressar como poucas bandas. O álbum (What´s the Story) Morning Glory? trouxe músicas da banda que se eternizaram, como Wonderwall e Don´t look back in anger.
Os anos 2000 vêm com bandas fortes, que, definitivamente não tem um público restrito por serem, ou pelo menos tentarem ser, indie rockers. The Strokes, Kings of Leon, Arctic Monkeys, The Killers, e Franz Ferdinand são claros exemplos da proposta do Indie Rock atual. A característica comum entre elas parece ser uma certa preocupação com um som meio  “retrô” adaptado ao atual, com timbres de sintetizadores e instrumentos vintage (guitarra, baixo, bateria e teclado).
O fato é que o Indie Rock hoje, por vezes, foge de sua proposta inicial de produzir algo mais alternativo e inovador como certas bandas de hoje. Se por um lado, temos bandas que continuam a se inovar e explorar sons singulares que cada vez mais os identifiquem (Franz Ferdinand é um claro exemplo disso), por outro temos bandas que fugiram bastante de sua proposta inicial de um rock mais rebuscado. Basta ouvir uma música do Kings of Leon no começo da carreira, em 2004, como Pistol of Fire do álbum Aha Shake Heartbrake, e compará-la ao caráter comercial e “fofinho” de Use Somebody, do álbum Only by the Night, de 2008. E que fique claro que isso não é uma crítica pejorativa, apenas uma constatação.

Pistol of Fire:


Use Somebody:

3 comentários:

  1. Adorei o post. Concordo com tudo que foi dito.
    Acrescentaria que o Indie não fica restrito ao rock, existe Indienismo em diversos outros estilos musicais, como no Electro e até no Pop, que é, muitas vezes, subjugado por representar a parte mais comercial do cenário musical. :D

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  2. É, como o Marcio disse, o Indie é o diminutivo para Independent Work, no qual os músicos misturam e acrescentam ritmos, criando o novo, nada main stream. O termo ficou mais conhecido por bandas de rock, mas, abrange diversos ritmos.

    Não sabia que o Smiths era marco no início do indie, pra mim Smiths sempre teve uma vertente mais pós-punk.
    Mas, a mudança do Kings of Leon é muito gritante, principalmente se você analisar os primeiros cds. SÓ CONSTATANDO, TAMBÉM. hahaha

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  3. Adorei o post, principalmente pelo vídeo de Use Somebody - kings of leon *-*
    estou seguindo, beijos
    deboramoraiss.blogspot.com

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