Foi um domingo nublado, melancólico e entediado, assim como este que vos escreve. Eram lá pelas 5 horas da tarde e eu estava passando os canais da TV a cabo desinteressadamente, até que me contive em um título que me interessou. O título era "Na Natureza Selvagem" como vocês bem devem conhecer. Pensei comigo mesmo, vou assistir 10 minutos para ver se vale a pena, quando fui perceber já tinham se passado duas horas, era noite e o filme havia terminado. Lembro-me de ter me sentido muito bem e de ter sido alvejado por um turbilhão de pensamentos. É sério, fiquei perturbado mais de um mês e acho que ainda depois de passado algum tempo ainda não me recuperei de todo. Falarei mais adiante sobre esses aspectos, agora passemos aos aspectos técnicos.
O filme da Na Natureza Selvagem (Into The Wild) foi lançado em 2007, baseado no livro homônimo de Jon Krakauer. Krakauer foi o senhor que ficou encubido de escrever um artigo em um jornal sobre um jovem que foi encontrado morto em um ônibus abandonado no meio de uma floresta no Alasca. A direção foi maravilhosamente feita por Sean Penn e a trilha sonora foi especialmente feita para o filme por Eddie Vedder, para quem não sabe vocalista do Pearl Jam.
Sem mais tardar, falemos do intrigante Christopher McCandless que no filme é encenado pelo ator Emile Hirsch. Christopher após se formar na universidade decidiu viajar pelos Estados Unidos pegando carona. Doou 24,000 dólares da sua poupança para uma instituição de caridade e destruiu todos os seus documentos, adotando a alcunha de Alexander Supertramp (Super vagabundo). Nas suas andanças ele conhece muitas pessoas interessantes, travando relações de amizade intensas e verdadeiras, daquele tipo que nos muda para sempre. Alex lia muito e tinha como autores favoritos Thoreau, Jack London e Tolstói. Tais autores influenciaram muito o seu modo de pensar e de agir, as suas convicções e as suas crenças.
Agora vamos a um pequeno vislumbre sobre a mensagem e crítica do filme e conseqüentemente sobre o Supertramp. A crítica vai contra a sociedade, o consumismo desmiolado, os valores que adotamos e tomamos como nossos sem ao menos refletir e, tudo que afasta o ser humano da sua real essência. Se graduar em uma faculdade, ter uma carreira, ter filhos, ter um carro do ano e um celular de última geração, ter roupas de marca...é isso realmente o que você quer? É isso realmente que te satisfaz? Ou você tem tanto medo de ser você mesmo, tendo receio do que seus pais, os vizinhos e sociedade vão pensar e julgar? Deve ser por isso que a maioria das pessoas se deixa levar pelo turbilhão da vida moderna, quando percebem que estão com 40 anos e nem ao menos se conhecem, preferiram silenciar as suas essências com bens materiais. Bens materiais não preenchem o vazio existencial de ninguém, apenas as experiências mais primordiais, sublimes e cruas somente encontradas nos pequenos desenlaces da vida. A amizade verdadeira, contato direto e sincero com a natureza, um grande amor não são conseguidas com dinheiro. É eu sei, eu me empolgo.
Alexander Supertramp viveu e morreu pelo que acreditava. Será que somos capazes de viver e morrer pelo que acreditamos? Para a maioria é mais fácil e cômodo não refletir sobre esses assuntos, pensar em coisas como libertação, essência e autonomia são chatas demais!
Se me permitirem, não paro mais de escrever. Só gostaria de fazer as últimas considerações. Na Natureza Selvagem é um filme bonito, sensível e poético que meche profundamente com você. É realmente uma obra de arte. Leiam o livro também, até empresto o meu se quiserem. Não sou tão difícil de encontrar. Gostaria de compartilhar essa história com o máximo de pessoas que eu puder.
Na Natureza Selvagem (Into the Wild) 2007
Agora deu vontade de assistir ao filme de novo!
ResponderExcluirE não esquece que eu já tô na fila para ler o livro.
O filme é fantástico. Um dos melhores que eu já assisti. Entra no Top 5 de qualquer um fácil, fácil.
ResponderExcluirMexeu muito comigo esse filme e história do Supertramp também.
ResponderExcluir