domingo, 25 de dezembro de 2011

Nota de Esclarecimento II.

Não é novidade para ninguém dizer que o blog está meio paradão e com as postagens não atendendo aos dias combinados. Não é querendo justificar as nossas faltas, mas fim de semestre e muitos trabalhos da faculdade atrapalharam muito o funcionamento normal. Quem acha que a vida de universitário é fácil, está muito enganado, certo? Também como pessoas normais queremos, senão férias, pelo menos um recesso respeitável para descansar, é claro, discutir e implantar as novas ideias que temos para o blog.

Provavelmente voltaremos em janeiro, talvez em fevereiro, contudo em março será certeza! Novo layout, postagens mais transadas e quem sabe até novos integrantes mais responsáveis (não)? Fiquem no aguardo e não morram de saudades, quando menos esperarem estaremos de volta!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Porque o Santos vai ganhar do Barcelona?


Alguns dias atrás tivemos a chance de ver mais uma bela apresentação de Messi e companhia em uma grande vitória sobre o seu maior rival, o Real Madrid, que entrou em campo com um esquema tático incrivelmente parecido com o que o time santista pretende começar a partida de daqui a pouco contra o time catalão, mas onde José Mourinho e Cristiano Ronaldo falharam, Muricy e Neymar podem sair vitoriosos.


Pra quem não viu o último clássico espanhol vale ressaltar a informação que os madrilistas abririam o placar com Benzema, marcando com pressão em cima da defesa do Barça, muitas vezes com dois jogadores em cima de quem estivesse com a bola. O Real Madrid entrou no jogo o esquema tático usual, 4-2-3-1, o que, contra o tradicional 4-3-3 do Barcelona funcionou muito bem, levando vantagem durante boa parte da primeira etapa, até que Pepe Guardiola rodou o carrossel catalão e mudou o time para o 3-1-3-3, o que deu mais liberdade aos jogadores do Barça atrás das linhas de marcação do Real.


Porque com Santos pode ser diferente se o esquema que o time brasileiro, provavelmente, apresentará na final do mundial é praticamente igual à do time de José Mourinho?  Porque o santos tem Elano.

Difícil acreditar que a chave do jogo pro time santista seja uma dos jogadores mais criticados da era Dunga na seleção brasileira, mas se o santos apertar a marcação em cima dos zagueiros do Barcelona e dificultar a saída de bola pode acabar abrindo o jogo em uma roubada de bola em que Neymar, Ganso, ou Borges fiquem no mano-à-mano contra um dos jogadores de defesa do time catalão, e na hora que o carrossel rodar e o Barça sair do 4-3-3 pro 3-1-3-3, como fez contra o Real, o time santista vai precisar se valer da capacidade de Elano de executar diferentes funções quando, se não quiser levar a medalha de prata, mudar do 4-2-3-1 pro 4-3-2-1, para não dar espaços para Iniesta, Messi, Xavi, Daniel Alves (que deverá jogar mais avançado como um ala depois da rotação) e provavelmente Pedro, que deve entrar no lugar de Alexis Sanchéz.


Outras peças-chave:

Durval: deve dar lugar à Leo ou outro jogador mais rápido, pois muito provavelmente se continuar no time, o experiente zagueiro será presa fácil para a velocidade e dribles de Pedro.

Neymar: mais importante do que marcar gols, o craque do Santos será muito importante na hora da marcação, que dependendo da rotação do Barça deverá ser em cima de Daniel Alves (Ganso também terá papel importante no lado defensivo do jogo, dando suporte na marcação de Xavi e Fabregas, deixando Busquettes para Borges).

Arouca+Henrique+o resto da zaga santista: terão um dos papeis mais difíceis de todos, marcar Messi, Iniesta e Pedro, ficando sempre atentos às investidas de Fabregas, Xavi e Daniel Alves. Não vai ser nada fácil, pois quando o time do Barcelona começar a tocar a bola e rodar posições é possível que isso gere uma grande confusão e o time comece a se preocupar quem deve marcar quem. Vai ser preciso atenção em dobro, ou até mais.

Há quem diga que o Barcelona já está com as duas mãos na taça, mas pode ser que tenhamos uma surpresa brasileira nesse mundial de clubes. Pelo menos esperemos, até porque “Santos campeão do mundial” tem 13 letras. Eu sei, não tem, mas e daí, o que vale mesmo é torcer.

Bom espetáculo pra vocês, porque vai ser um jogão! 


sábado, 10 de dezembro de 2011

Feliz Natal?


Mês de dezembro, tempos muito felizes para os comerciantes, onde no ar surgem ecos mórbidos que dizem a todo instante: "Espírito natalino! Espírito natalino! Espírito natalino!". Tudo muito vazio de significados e de sentimentos reais, uma época sempre muito cinzenta para mim.

Feliz Natal é o longa-metragem de estréia de Selton Mello, no qual admiro como diretor e que também assisti recentemente outro trabalho seu O Palhaço, que talvez comente por aqui um dia desses. Ganhou o Festival de Paulínia na categoria de melhor direção de fotografia em 2008.

Caio interpretado por Leonardo Medeiros é um homem atormentado por seu passado, por tudo que deixou para trás. Na noite de natal resolve ir visitar a família depois de anos de exílio no interior trabalhando em um ferro-velho. Surpreende a todos com o seu retorno, pois nunca se é esperado a volta de fantasmas a muito tempo esquecidos.

Assuntos inacabados precisam ser enfrentados, pois resolvê-los parece uma utopia das mais exageradas. Caio é culpado pelos familiares por todos os males, mas a família já estava desestruturada a muito. É incrível como eventos como o Natal mostram com máxima nitidez os pontos podres e embolorados existentes nas famílias.

Feliz Natal é um filme triste em todos os sentidos, parece não haver saída e nem esperança. Talvez a única solução seja seguir em frente, já que o que já está feito não tem conserto. Gostei muito do filme, pois compartilho com ele muito do penso sobre o Natal, onde as aparências são mantidas até as últimas instâncias.

Demora-se 8 minutos até podermos ver o rosto do personagem principal. Enquanto isso, acompanhamos ele sempre de costas ou ao longe. Explicação possível poderia ser porque nem ele saiba quem realmente é, indo em busca de respostas em uma noite de natal. Talvez não tenha tido resposta alguma, mas tentou e pode fechar velhas feridas. A melhor definição de Natal que já vi é dita pela mãe de Caio na ceia do dia pós-véspera, no qual a comida é requentada e se aproveita as sobras do peru: "Natal é um aniversário em que ninguém se lembra do aniversariante."

Para além de significados religiosos e moralistas, o natal devesse ser encarado de forma crítica e mais consciente. Luzinhas, pinheiros cheios de neve, velhos gordos de vermelho e falsos sorrisos não me apetecem, perdoem-me.

Feliz Natal (2008)








sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

e agora, josé? tô sem o brasileirão.


É natal e eu sei que tem um grande número de coisas sobre as quais eu poderia destrinchar aqui e dar mais ênfase, principalmente sobre o campeonato brasileiro. O Corinthians mais um vez campeão, com um time que de longe foi, de fato, mais time, jogando coletivamente durante o campeonato inteiro; a queda do Ceará S.C., que, apesar dos boatos que rolam sobre a combinação de resultado no clássico mineiro, que se realmente aconteceu (e eu não duvido de mais nada) é vergonhoso para a imagem do esporte no nosso país, não caiu em um jogo, mas sim durante a sua campanha, e o time já prepara a limpa no elenco podendo até fazer um acordo para liberar o volante e campeão do mundo, Edmílson; ou sobre o time do Vasco, que levou 4 premiações para "o melhor do campeonato".

Mas a gente tem coisa melhor pra fazer do que lamentar o fim do campeonato brasileiro, que pra mim, a muito tempo não consegue animar nem cemitério por causa do baixo nível de futebol que é apresentado. No entanto, o fim de ano reserva muitas atrações esportivas e eu vou dar uma aqui de Camila e separar umas aqui pra vocês (fica a dica, são quase imperdíveis), e olha que não é nem semana da viradinha, mas vou dar a minha agenda de esportes.

1) Real Madrid x Barcelona: a espn transmite amanhã às 19h o clássico espanhol, que mais uma vez vai ser um jogão. Quem nem não tem tv a cabo e não quer perder o jogo, se junta com a galera e vai pro barzinho ou então invade a casa de um amigo. Tá aí o programão pra amanhã

2) Dias 14 e 15 desse mês Santos e Barcelona iniciam suas campanhas no mundial de clubes, podendo se enfrentar (e tudo indica que sim) no dia 18/12, todos os jogos serão as 8h30 (horário de Brasília)

3) Dia 25: A maior liga de basquetebol do mundo finalmente voltará a ativa e já estão marcados 4 jogos pro dia de natal, que já tradição nos Estados Unidos, e que presentão, os jogos de natal serão: Celtics@Knicks (lembrando que esse "@" significa at, ou seja, lê-se Celtics at Knicks, logo, o jogo será em Nova York, casa dos Knicks); Heat@Mavericks (repetição da final da temporada passada e da temporada de 2006), precisa nem dizer que vai ser um baita jogo; Bulls@Lakers e o último destaque é Magic@OKC Thunder. Mas a liga volta a ativa mesmo no dia 16 desse mês com 4 partidas.

4) NFL: Lá nos states, a bola oval se encaminha para os playoffs da temporada desse ano e na semana 14 os destaques são Falcons@Panthers; Bear@Broncos e Giants@Cowboys, todos os jogos serão realizados no domingo em sequência, começando as 14h (horário do Nordeste)

Fala sério, não tem como ficar sem esporte nesse final de ano e se você é, assim como eu, apaixonado por esportes, as festas de fim de ano, vão começar mais cedo. Bom dezembro pra você.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Basta imaginar

Hoje eu estou numa vibe meio cambiante, pensando sobre o ato de pensar.
Então, por que não aproveitar essa teorização do pensamento no campo que mais estimula a imaginação? Falemos sobre o processo da leitura.

É como se desse pra entrar no livro
Não sei se acontece só comigo, mas quando eu leio um livro, eu estou fazendo mais do que lendo um livro. Eu entro no livro. Eu vivo a história e me transformo em um personagem. Não necessariamente no principal. Eu apenas estou lá. Esse deve ser o motivo de eu não conseguir ler mais de um livro ao mesmo simultaneamente.
Uma boa alegoria é o FILME "Coração de Tinta" (ainda não tive a oportunidade, ainda, de ler o livro), no qual o personagem principal tem o dom de dar vida a elementos dos livros.
A história ganha vida.


Quando eu leio uma história sobre dragões, eu consigo sentir a aspereza da pele do dragão, sentir o calor de suas chamas e até um cheiro de queimado.
Num romance, eu me apaixono pelo mocinho (e, porque não, pelo vilão).
Numa luta, eu vibro a vitória, sinto a derrota, sou ferida, mas continuo levantando pra lutar.

Eu já voei, respirei de baixo d'água, fiz mágicas, matei, salvei alguém. Fui mocinha e fui bandida. Vivi grandes amores, perdi grandes amores. Casei, separei, tive filhos, morri. Viajei, conheci o mundo, fiquei em um só lugar. Respirei o ar do campo, me intoxiquei com a poluição da cidade. Acima de tudo, fiz descobertas e vivi intensamente.


Ler não é um apenas um hobby. É um estilo de vida. Ou melhor, é ter várias vidas.
Você pode ser quem você quiser! Basta imaginar...

Se eu acredito em tudo o que leio? Eu não acredito em quase nada. E acredito em tudo. Quando o livro está aberto, aquela é a minha realidade.
Se eu acho que a minha vida vai ser igual aos livros? Eu bem gostaria... mas tenho certeza que não. O segredo é só se deixar iludir enquanto as páginas puderem ser viradas. Quando não der mais, é só pegar um outro livro, começar uma nova história, ter uma nova vida, viver uma nova ilusão.
Ou, quem sabe um dia, eu escrever o seu próprio livro. Ainda espero/quero escrever o meu.


Livros (Caetano Veloso) by biadionisio

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mondrian

Achou que era a parte de fotografia? Eu também, mas decidi falar sobre Mondrian, hoje, fotografia está inserido em arte visual, o que é deveras grande, então... 

A pintura abstrata, assim como qualquer imagem pode ser observada como certas representações dos aspectos do mundo palpável quando representada em si mesmas, figuras puras, coloridas, formas representativas.
As pinturas de Mondrian, nos meados de 1910, podem ser consideradas imagens sem referência, pois são cores e quadrados organizados de maneira não-inteligível a primeira vista.  A arte tem o poder de não ser uma linguagem com um só viés de entendimento, há uma convergência e divergência de versões e subversões, significados diversos transitando em uma obra.



Para Marin, a pintura é descrita como “um sistema aberto de leituras.” Cabe a quem observa ver o que deseja, o que sente. É necessário observar em Mondrian, um trazer para si, a experimentação sinestésica de relacionar as linhas traçadas meticulosamente e as cores primárias (vermelho, azul e amarelo) como algo próximo a si próprio, como em uma recuperação do significante da sua identidade dentro da obra.

As linhas, os quadrados, as cores tinham por escopo deixar em aberto para encontrar-se em emoções, lembranças, sentimentos. A obra de Mondrian demonstra o intuito de transcender a natureza, intuitivamente e sensorialmente, em última instancia. O artista afirma que a arte não deve ser tratada como algo separado do ambiente que nos rodeia. Os elementos não precisam ser separados, a arte não deve ser aplicada.




Há, em sua obra, uma “rupestrianização da arte”, um ressecamento de adereços, para provocar um produzir arte com significante abrangente. Mondrian, segundo Pignari, desejava decantar o envolver, assim a redução dos signos primitivos das operações mentais nas suas obras.
Os aspectos na obra de proporcionam para cada pessoa uma visão completamente particular e humana de si mesmo, e não uma interpretação coletiva de acordo com o que o artista propunha.



Mondrian acreditava que “A arte será transformada, tornando-se, primeiro, realidade em nosso mundo material, depois na sociedade [...] e finalmente em toda a nossa vida, que se converterá em algo ‘verdadeiramente humano’.” Há de se considerar que há uma passagem de pensamento pela sua obra, que envolve ‘tudo o que exista para além dos limites da tela.’.


A arte, para Mondrian, era uma dualidade natureza e homem. O abstracionismo substitui o realismo pela utilização de cores, formas, planos, linhas e o relacionamento destes itens em um modo não-usual, deixava na mão do interpretante da obra dizer: o que você vê aí?


Mondrian dizia: Squares? I see no squares in my pictures. (:






ps.: OLHA QUE LOUCURA. HAHAHAHA Essas traduções intersemióticas, a utilização de Mondrian como escopo de arte pra vários produtos:





quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os últimos fôlegos do fim de semestre

Os eventos derradeiros que acontecem pela UFC nesse penoso fim de semestre!


MOSTRA PERCURSOS


Exibição dos filmes produzidos pelos alunos do curso de Cinema e Audiovisual da UFC.
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Mostra-Percursos/241954429202585
Site: http://www.percursos.ufc.br/


MOSTRA OUTROS CINEMAS

Exibição de filmes nos dias 28, 29 e 30 de novembro.





CALOURADA DA HISTÓRIA


Sexta-feira, no estacionamento do CH 2 da UFC!
Horário: 18h
Entrada: 1kg de alimento não perecível
Site:http://caftace.blogspot.com/2011/11/calourada-da-historia-ufc-20112.html




segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sobre os "finados" emos...

Compartilho com vocês, agora, descobertas que me fazer realmente refletir sobre como a música e as mudanças sociais andam juntas, mudando nessa globalização que nos cerca.

O fato é que estava eu, pesquisando sobre os finados emos para uma disciplina na faculdade quando descubro que eles vão além, muito além, de uma simples modinha dos anos 2000.

O emo tem suas raízes do punk nos anos 80 e, antes de significar franjas enormes, roupas escuras com desenhos e all stars coloridos, eram apenas um estilo de música, o emocore, que unia o som agressivo do punk e do hardcore a letras introspectivas e poéticas. Na época, o emo era encabeçado pelas bandas Embrace e Rites of Spring (percebam como é totalmente diferente do som que conhecemos hoje).




O que aconteceu foi que, com o passar do tempo, o emo foi sendo ressignificado e apropriado, quer seja na música, com o surgimento de bandas nos anos 2000 como My Chemical Romance, quer seja na socieade, com o surgimento de tribos que passaram a representar o estilo esteriotipado que já conhecemos (franjas, all stars, homossexualismo, lágrimas, e tudo mais).




Mas vale ressaltar que, muito mais que uma necessidade de defender um estilo de vida, os emos são um rótulo resultado da parceria entre o marketing da mídia e o senso comum. É o que mostra o especial MTV sobre a história do emo no Brasil.



E a influência da mídia nas construções e desconstruções musicais não para. Os coloridos e o chamado happy rock, cujos expoentes, poderíamos dizer, são Restart e Cine, é mostrado na mídia como o fim da fase emo e o surgimento de uma nova tendência de música feliz para a adolescência quando, na verdade, é apenas mais uma moda, estilo e estratégia de marketing que ,não necessariamente, veio do emo.

Se os emos tal qual como os conhecemos, morreram, não foi pelo surgimento dos coloridos, e sim por terem sido um mero rótulo midiático e social sem consistência, que se distanciou de suas raízes, e que teria de dar lugar a uma nova moda.




sábado, 26 de novembro de 2011

Ode a Solidão.




Ode: s.f. Poema de comprimento médio que, em geral, expressa exaltado louvor.

Solidão: s.f Estado de quem está só, retirado do mundo; isolamento: os encantos da solidão. / Ermo, lugar despovoado e não frequentado pelas pessoas: retirar-se na solidão. / Isolamento moral, interiorização: a solidão do espírito.

Não farei poema ou poesia aqui, mas exaltarei a solidão, como o título já nos remete. Não devem ser poucos os que devem estar pensando, esse cara é um louco, um misantropo, um anti-social, um emo ou algo que o valha. Não que eu não goste da companhia dos meus amigos, muito pelo contrário. Deem-me uma chance de explicar meu modo de ver as coisas, é só o que peço. Depois, como diria o meu amigo Filipe, podem jogar as pedras.

Algumas acontecimentos recentes e umas conversas relaxadas por ai me fizeram pensar sobre a solidão, o ato de se ficar sozinho, sem mais ninguém por perto, ter somente você como companhia. Primeiro foi quando estava conversando sobre o fato de se comer ou ir ao cinema sozinho. Fui um dos poucos, ou o único, que disse que não tinha problema em comer sozinho em lugares onde geralmente se precisa de uma companhia. No entanto, também o único, falei que não gostava de ir ao cinema sozinho, paradigma esse que acabei por quebrar semana passada, depois de muito tempo.

Fui ver, em plena quarta-feira, a primeira sessão do Dragão do Mar o filme O Palhaço do Selton Melo, muito bom, por sinal. Já estava por lá mesmo, tinha ido pesquisar na biblioteca pública Menezes Pimentel, um lugar que devia ser mais frequentado pelas pessoas. Pensei que ia odiar, como acontecera da última vez que tentei. Para a minha própria surpresa, eu adorei ficar sozinho vendo o filme na sala praticamente vazia, ter momentos de esquizofrenia e rir-se comigo mesmo.

O que também me impeliu a refletir sobre o assunto foi ter terminado de ler ontem na madrugada Todos os Nomes do José Saramago. Ainda estou em crise, relevem. Basicamente, é história de um auxiliar de escriturário que trabalha da Conservatória do Registro Geral, um homem muito solitário, sem amigos, família ou qualquer coisa que se aproxime disso. Talvez o que se aproxime mais disso seja o teto da sua casa, no qual diálogos filosóficos e existenciais são travados pelos dois. Um dia encontra o nome de uma mulher por acaso noa registros e começa procurar, beirando a obsessão, toda a sua história de vida. Quer encontrá-la de qualquer maneira. Acaba, sem saber, apaixonado por uma pessoa que nunca trocara nenhuma palavra e nunca vira antes.

A solidão não é tão ruim assim, ela pode ser muito positiva e construtiva. É um momento interessante para descobrir meandros do nosso próprio ser que ainda não havíamos percorrido. Não entendo por que as pessoas evitam tanto de ficarem sozinhas, eu procuro a solidão. Às vezes ela me conforta mais do que a multidão. Muitas pessoas são rodeadas por outras e mesmo assim se sentem sozinhas. Como explicar esse fato? Já eu, mesmo tendo esses acessos de ermitão da montanha de tempos em tempos, nunca me sinto só, porque sei que tenho amigos verdadeiros que não se esquecem de mim, apesar de eu não ser lá essas coisas como amigo.

O que quero dizer é que, aproveitem os seus momentos sozinhos, não fiquem em pânico ou apavorados. Usem esse tempo para se conhecer melhor. Ouçam o inspirar e o expirar de vocês. Falem sozinho também, isso nunca matou ninguém. Permitam-se uma viagem a suas essências, e para isso é preciso de silêncio e um pouco de solidão. Há muito o que se desvelar de nós próprios.

___
Aos leitores que deve estar se perguntando: esse cara não é o que escreve besteiras sobre filmes? Sim, ele é mesmo, só que estamos na VIRADINHA, por isso o poste foi diferente. Saiba o que é.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Illustrated Sports




Walter Iooss e sua família

“I’ve always felt the moment. People call me lucky, and luck is a wonderful attribute. But it’s more – it’s a sense somehow. It’s inexplicable, it happens. It’s a feeling and you just move into that direction. Someone once said that wherever I am is the perfect picture. I didn’t like the way it sounded but I believe that. It’s not that I’m positive of it deep down inside, it’s that I have to believe it. When you make that decision – ‘This is the place to go’ – you’ve got to live with it. There’s no alternative” – Walter Iooss (click no nome e conheça o site de Iooss)

Nascido em Temple, no estado do Texas, desde pequeno Walter Iooss foi consumido pela emoção dos esportes e aos cinco anos de idade mudou-se para New Jersey, onde teve a oportunidade de acompanhar alguns dos maiores times das grandes ligas americanas, Jets, Knicks, Giants. Iooss é antes de tudo apaixonado por esportes.

Aos 16, após concluir o High School (ensino médio), decidiu se tornar fotógrafo profissional e escolheu especializar-se em, logicamente, esportes. É então que Iooss começa sua carreira como fotógrafo da revista americana Sports IIlustrated, trabalho pelo qual é mais conhecido até hoje, tendo seu trabalho reproduzido como capa da revista mais 300 vezes. Iooss ficou muito famoso também pelos ensaios que fez com grandes estrelas do mundo do esporte, Michael Jordan é um dos nomes que preenche essa lista.

E sua paixão pela fotografia nos faz lembrar das palavras de outro grande artistas das câmeras, Henri Cartier-Bresson: “To take photographs is to hold one’s breath when all faculties converge in the face of fleeing reality… it is putting one’s head, one’s eye, and one’s heart on the same axis". Muito por isso, Walter Iooss é considerado um dos melhores e por alguns até, o melhor fotografo de esportes dos dias atuais.

Mas Walter também ficou conhecido por suas fotos de modelos em trajes de banho, fotografando até mesmo a modelo brasileira Danilla Sarahyba.


Porque eu estou falando de fotografia? É a Semana da Viradinha (leia mais).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Debate, palestra e mesa redonda

Novembro está acabando, mas ainda tem muito a oferecer. Principalmente se você gosta de um bom debate, palestra ou mesa redonda. E a Universidade Federal do Ceará será o palco dos três que eu escolhi para  comentar. Outra coincidência: o auditório. Todos serão realizados no auditório Raquel de Queiroz.

No dia 24, às 9h, terá um "Aulão Debate", cujo tema será "Educação como produto - qual a melhor forma de vender?". Os convidados serão André Nogueira (Flex comunicação), Pádua Sampaio (criação da propaganda do colégio Provecto) e, a professora de comunicação Inês Vitorino. O debate faz parte da campanha realizada pelos alunos do 6º semestre de Publicidade e Propaganda da UFC, na disciplina  de Laboratório de Publicidade e Propagada.


No mesmo dia, à noite, teremos o último debate dos Debates Universitários O Povo, que terá como tema "Revolução digital e o novo ecossistema da mídia" e contará com a presença do professor Rosental  Calmon Alves. Ele será realizado às 19h.
Esse é o quarto debate desse semestre - já houve sobre "Infografia", "Novas profissões" e "O marketing na era digital", os quais foram realizadas na FA7, IFCE e FIC, respectivamente. A proposta do projeto é levar profissionais das mais diversas áreas e levar reflexões a cerca das alterações nas exigência do mercado.


Por último, e não menos importante, acontecerá na próxima semana. É a mesa redonda sobre "Violência Urbana e Comunicação", último ciclo da ação Palavras de Liberdade promovida pela Liga Experimental de Comunicação da UFC. Os convidados serão Igor Monteiro (Laboratório de Estudos sobre a Violência), Givanildo Manuel da Silva (Movimento Tribunal Popular) e Thiago Braga (O Povo). A discussão da mesa redonda visa discutir "de onde vem o medo da sociedade" e acontecerá no dia 30 às 18h.

domingo, 20 de novembro de 2011

É tão verdade que parece mentira



Imagine um jornalismo sem venerar os grandes nomes, sem pautar temas que já aparecem na mídia que já não nos comovem por mais trágicos que pareçam ser. Imagine, então, um livro que mostre a realidade que, de tão dura e dramática, pareça literatura. É isso o que se pode encontrar na obra "A vida que ninguém vê", da jornalista Eliane Brum, vencedora do Prêmio Jabuti 2007 na categoria "Reportagem"



Com textos que parecem transitar entre a crônica e a reportagem, Eliane Brum escolhe personagens e neles busca o universal e o singular de grandes histórias que muito mais informam sobre a vida que as informações factuais que vemos todos os dias nos jornais. Tudo isso a autora faz guiada pela máxima em suas próprias palavras: "não existem vidas comuns, só olhares domesticados".

Compatilho com vocês trechos do texto "Enterro de Pobre", um dos mais densos e expressivos do livro:

"Não há nada mais triste do que enterro de pobre. Porque o pobre começa a ser enterrado em vida. Quem diz é Antonio, um homem esculpido pelo barro de uma humildade mais antiga do que ele. Um homem que tem vergonha até de falar e, quando fala, teme falar alto demais. E quando levanta os olhos, tem medo de ofender o rosto do patrão apenas pela ousadia de erguê-los. Quem diz é Antonio Antunes. Ele acabara de sepultar o caixão do filho por um momento, mas a funcionária que foi buscar a criança na geladeira não deixou. Antonio tinha comprado uma roupinha de sete reais no centro de Porto Alegre para que o filho não fosse sepultado nu como um rebento de bicho. Mas não pôde vesti-lo. Restou a Antonio o caixãozinho branco que ninou nos braços até a cova número 2026 do Campo Santo do Cemitério da Santa Casa.(...)

Nada se encerrou para Antonio porque ele sabe que em breve estará de volta. E será tudo como foi. Como sempre foi, na morte como na vida. Deixa para trás o filho sem nome, sepultado na cova rasa, sem padre e sem flor. Porque a cova de pobre tem menos de sete palmos, que é para facilitar o despejo do corpo quando vencer os três anos de prazo. Então é preciso dar lugar a outro filho pequeno de pobre por mais três anos. E assim sucessivamente há 500 anos.

Debaixo de cada uma das mais de duas mil cruzes semeandas na terra fofa do Campo Santo há uma sina como a de Antonio. Para entender o resto da história que ainda virá é preciso conhecer o que é a morte do pobre. É necessário compreender que a maior diferença entre a morte do pobre e a do rico não é a solidão de um e a multidão do outro, a ausência de flores de um e o fausto do outro, a madeira ordinária do caixão de um e o cedro do outro. Não é nem pela ligeireza de um e a lerdeza do outro.

A diferença maior é que o enterro de pobre é triste menos pela morte e mais pela vida."

[26 de junho de 1999]

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Céu pra nós.



O roteiro é uma narrativa da vida de Hermila, uma mulher que volta à sua cidade natal, Iguatu, e ali, a sua luta pela saída. O termo “Céu”, conforme Aïnouz, faz referência ao termo do dicionário Aurélio: lugar onde se possa ser feliz. O Céu que Hermila busca é a calmaria, o pertencer, fora do seu constante paradoxo e estranhamento.

O termo “Céu” pode permear entre o significado cristão de objetivo final, de fim feliz de todas as vidas. O sagrado, a fuga, o pertencer de Hermila, através de Suely que é o nome que se auto-intitula na venda da “noite no paraíso”, a rifa de uma noite com ela que a será a passagem para fora daquela realidade.


Hermila se destaca no enquadramento de negar uma estereotipagem na sociedade a qual está inserida. “Quero ser puta não, não quero ser porra nenhuma!” é a frase que mais expressa a falta de necessidade de conceituar o que pretende do ‘ser’. Hermila existe, e a sua própria existência a sufoca, permeando-a para um viver fugitivo, no seu não-pertencimento.

Seguiu seu coração, mudou-se para São Paulo com um amor, e de lá volta, com a esperança de formar um lar. Quando tal esperança lhe é arrancada, Hermila desloca-se dela mesma. Seu caráter nômade e de natureza errante é, então, revelado.

A estética das cenas expressa certa restrição do movimento. Apesar das tomadas abertas, com o céu explicitado, Hermila está presa, em sua busca da saída mais próxima daquela realidade. Os sons naturais e a trilha sonora permeados pela música popular local, cheia de significados para Hermila, permitem um realismo tátil dos acontecimentos. A moça encontra-se deslocada, que a principio, pode parecer destoante, mas nota-se que este é o objetivo da personagem. Hermila destoa de tudo ao seu redor, destoa até de si mesma, o que é necessário para o entendimento da sua falta de pertencimento. A esperança que a trás de volta a onde nasceu, de construir uma vida com Mateus, seu marido, nome que seu filho carrega, é destruída com a não-volta do mesmo. Então, há a decisão do destino. Ir para o lugar mais longe dali, não importa o destino e sim a saída rápida e necessária. Na cena em que Hermila pergunta em um guichê na rodoviária da cidade: “Qual a passagem que a senhora tem pra mais longe? [...] O lugar mais longe daqui?”, denota que para ela o que o importa não é um lugar específico, planos, objetivos, há somente a imediata preocupação de abandonar aquela situação.

Essa pulsão de peregrinação de Hermila é a busca de algo além do que lhe foi dado, em mover-se para outra relação com a sua realidade e com o mundo, a não aceitação da permanência na realidade que lhe foi concedida. A procura pela fugacidade, pela mudança, de que o novo sempre será melhor do que está no presente. Hermila é uma figura de errância, de não se admitir a não lutar por uma vida diferente.

Iguatu, segundo o próprio Karim, foi a escolha por ser uma cidade de passagem. Nota-se isso no posto, onde caminhoneiros sempre vem e vão. Durante o filme, alguns elementos saem do lugar, e Hermila continua presa no ambiente. Passa o trem, que evidencia o desconforto da personagem que caminha ao lado, os caminhões, as motos, e ela permanece oprimida, cercada por uma estática vida, e pelo desespero de não se encontrar em movimento.


Na cena final, apesar do sorriso no rosto de Hermila, não há solução dos problemas, o final, sem fim de Hermila, é a fuga. A esperança do sorriso é o que ainda a mantém em pé. Então, há a certeza que Hermila desafina da sua realidade, assim como muitos de nós, e assim ela representa um faz de conta. Se não há Céu para Suely, não haverá céu para nós. 

Aqui o trailler:


Aqui o final que acho lindissimo:



---
Mas não é o Thiago que fala sobre filmes? E a Taís não fala é sobre fotos, não?
É que, nessas duas semanas, tá tudo trocado!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quando a gente acha que já viu de tudo...

Nessa história de viradinha, olha só onde eu vim parar... Na coluna de esportes! Eu certamente não sou a pessoa mais indicada para falar desse assunto, por isso trouxe algo diferente.
Você já ouviu falar, viu pessoalmente ou até mesmo praticou algum esporte estranho? Pois é, tem gosto pra tudo nessa vida. E o número de esportes - incrivelmente! - estranhos não é pequeno.

Começando por algo que pode ser chamado de "corrida do queijo". O esporte, típico da localidade de Gloucestershire, consiste, basicamente, em deixar rolar uma roda de queijo Gloucester e correr atrás dela. O competidor que agarrar a roda de queijo e chegar com ela na linha de chegada primeiro é o vencedor.
Olhem só que louco!


O carregamento de esposa também é um esporte bem curioso. É também uma corrida, mas os competidores devem carregar a sua esposa por um percurso de 250 metros e chegar em primeiro lugar na linha de chegada. Mas tem um ponto positivo: um dos prêmios do vencedor é um carregamento de cerveja do peso de sua esposa!!! Vale a pena, hein?


Outro esporte estranho, começando pelo nome - Sepaktakraw!!! - é uma mistura de vôlei, futebol e artes maciais. Não, não é apenas um futevôlei. É o que eu chamaria de kung fu vôlei. O esporte surgiu na Malásia há cinco séculos e faz o maior sucesso no Sudeste Asiático.


Confesso que, procurando por esportes esquisitos aqui da terrinha, não encontrei muita coisa. O máximo que consegui foi o biribol, mais conhecido como vôlei dentro d'água, que nós aprendemos a jogar na piscina desde crianças! Termino esta publicação com um pedido: alguém conhece um esporte estranho no Brasil ou em terras cearenses que possa compartilhar com a nossa equipe do Postando 7? Quem sabe na próxima viradinha nós continuamos com os esportes estranhos e a sua sugestão entra pra nossa lista! É só deixar um comentário ali embaixo!



P.S.: Mas porque raios eu estou escrevendo sobre esportes? Você ainda não sabe? Olha só o que a gente inventou de fazer!!! E não perca as cenas dos próximos capítulos!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Trilha Sonora


Meu pai, que estava passando por trás de mim, teve daquelas coisas que posso dizer que saiu do caminho que estava seguindo e se inclinou se apoiando nas costas da cadeira em que eu estava apoiado. Eu estava escutando Arnaldo Antunes pelo computador.


Ele disse, balbuciando mesmo, Esse aí sabe o que tá falando. E ficou ali mais um tempão, sem nem mesmo falar comigo. Acho que sempre foi um pouco difícil compartilhar os mesmos gostos com o pai. Eu tava me sentindo muito vazio, e aquela música me reconfortava dando algo para colocar naquele vazio. Esperança, talvez - ou um monte de merda. Interessante era o meu pai escutando isso. Agora eu estou pensando, porra, será mesmo que a Elis tá certa? A gente e os nossos pais não é assim tão diferente?


Um dia parei para colocar num papel as coisas que eu queria realizar em... não estabeleci um prazo. Prazos enganam. A pressa em resolver tudo dentro do prazo, principalmente naquilo que tange à própria vida acaba dando lugar á própria realização do projeto. O tempo faz esquecer o que nos trouxe até aqui. Prometi a mim mesmo saber tudo o que conseguiria estudando tudo em Física, ler tudo o que eu podia de Machado de Assis e pra fechar com chave de ouro, viver uma paixão enlouquecedora.

Eu realmente não sabia muito bem o que fazer. E isso me pareceu o mais lógico, sabe? A gente sempre sabe que sabe um pouquinho, mas tudo o que a gente vê na rua é a gente cometendo o mesmo erro, como se não soubesse de nada. Fui começando, então, tentando saber de alguma coisa.


No final, acabei cursando Engenharia, comprando logo a Antologia de Machado de Assis, porque todos aqueles livros pequenos juntavam muita poeira, é sempre melhor ter antologias, ficam mais bonitinhas na estante. A vida toda de um autor em 4 volumes. É bem bonito de se ver. Em relação ao terceiro ponto, bem, até hoje procuro minha sanidade pelas esquinas.
É aquela coisa, sabe? Por um momento aparece uma sensação que você chegou num ponto de uma estrada sem saber mais ou menos como foi parar lá. De repente estava, quando deu por si, já tava um pouco mudado, num lugar diferente.


Sabe... quando finalmente sabia resolver tudo nos livros de física do ensino médio, quando só faltava os contos machadianos pra ler, e estava começando a avaliar se era realmente amor o que eu sentia pela guria... é, acho que não tenho mais muita coisa o que fazer.


Eu desisti de Engenharia. Até hoje não consegui terminar de ler Machado de Assis. Nunca mais vi a menina. Até a vejo todo dia, mas agora é outra.
Comecei a fazer Jornalismo mais por inércia do que por necessidade, conheci um autor chamado James Joyce e no meio desses novos projetos de meia-tigela, não dou mais responsabilidades aos sentimentos - quase um desprojeto, mas não deixa de ser, né?
Sempre me vem à cabeça, agora não uma canção, mas um trecho de um autor.

"Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de  comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro."
    - A Insustentável Leveza do Ser

Lindo, não?

Eu nunca mais me atrevi a fazer projetos claros. Apesar dos projetos terem me dado a oportunidade de saber de coisas que hoje me fazem parecer inteligente, não vale muita coisa, sabe? Todos esse livros e essas mágoas de mulheres dão muito assunto para conversar em bares e em paradas de ônibus.  E nada mais.
Desde que não se ache que já se viveu tudo o que se tinha pra viver e use isso para achar que já sabe tudo sobre como viver pelo resto da vida, pode-se ficar tranqüilo.
hahahahaahaha Mas quem fica tranqüilo? Tentar explicar como é a vida baseado nas míseras coisas que conseguimos fazer faz parte. Não sei mais o que falar.

O resto da vida está todo aí, mas parece que perdemos todo o ânimo na realização do último projeto. Eu acho que perdi, da minha parte. Estou me sentindo sem forças. Deixe-me sozinho por agora. Preciso beber um pouco e escutar uma boa música.


Amanhã pela manhã, num acesso de coragem, vou fazer algo diferente, vou embora!


----------------------------------
Certo, segunda-feira é o dia do Murilo, nera não? Pois, para quem não se lembra, ou ainda quem não viu, oia o que foi que a gente inventou de fazer!

sábado, 12 de novembro de 2011

When you have to shoot, shoot, dont talk!


Devo confessar que não sou um grande conhecedor de filmes westerns ou de faroeste, ou como queiram chamar, na verdade estou sendo bem eufêmico, a verdade é que sei praticamente nada. Porém, depois de assistir The Good, the bad and the ugly ( Trê homens em conflito) sinto que vou entrar em um frenesi para assistir filmes westerns, principalmente os do senhor Sergio Leone.

Sergio Leone foi um diretor italiano que popularizou mundialmente o gênero western spaghetti, só um minuto eu explico. Western Spaghetti era um gênero de filmes produzidos na Itália, em uma região chamada Almería que se parecia muito com velho oeste americano. Uma maneira do cinema europeu faturar em cima da popularidade dos filmes de bang-bang americanos. Apesar desse objetivo bem comercial gênios como Sergio Leone se sobressaem.

The good, the bad and the ugly, prefiro chamar assim a tradução é muito infame, faz parte da Trilogia dos Dólares. No qual Por um Punhado de Dólares (1964) é o primeiro, Por uns Dólares a Mais (1965) é o segundo e logo em seguida em 1966 vem o filme que já estou falando. Clint Eastwood ainda novato na carreira vai estrear as três películas.

A história do filme se desenlaça em torno de três personagens principais. O bom não tem nome e é conhecido como Blondie (loiro) feito pelo ator Clint Eastwood, ele vive do dinheiro da recompensa de bandidos procurados. O mau é conhecido como Angel's Eyes (olhos de anjo) feito pelo ator Lee Van Cleef e é um matador de aluguel sanguinário. O feio é chamado de Tuco encenado por Eli Wallach, um assaltante-falsificador-beberrão-polígamo-carismático vagabundo. A primeira vista não parecem ter muito coisa em comum, mas 2000 mil dólares enterrado em um cemitério vai unir a trajetória desses três pistoleiros.

Se você espera ver um mocinho e um vilão nos moldes clássicos, está perdendo o seu tempo. O filme explora muito bem a relação de pessoas que vivendo em uma meio inóspito e violento, um lugar onde os fracos não tem vez, têm de sobreviver a todo custo. A filme também é repleto de frases de efeito como eu a que já usei para o título e outras mais.

A trilha sonora também é um algo a mais. Quem não sabe assobiar a música clássica dos filmes de faroeste, mesmo sem saber de que filme ele pertence? Feita pelo compositor, arranjador e maestro Ennio Morricone, dá um carga dramática muito maior. Vou colocar o link abaixo para refrescar a memória de algum leitor mais esquecido.

Tema do Filme




Vai a versão do Metallica de bônus também para vocês!


O que também me chamou atenção foram os closes nos rostos dos personagens, tentando focar as suas expressões ao máximo e criando ambientes de tensão. O ápice é na última cena do filme no qual os três vão ter o confronto final e ouso dizer que uma das cenas mais lindas do filme. Não tem como descrever, só assistindo para sentir o que eu senti.

Não estranhem se me virem barbado, com camisa xadrez, fumando um charuto, usando chapéus de abas largas e com cara de poucos amigos, filmes me influenciam muito, principalmente os bons.

The Good, the bad and the ugly (1966)